Dos 20 mil bens móveis dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) que ficaram fora da subconcessão à West Sea, falta vender menos de 200, sendo que até agora a alienação daqueles ativos rendeu 2,3 milhões de euros. Em resposta escrita enviada hoje à agência Lusa, a administração da empresa pública adiantou que de entre “menos de 1% do total de itens” a alienar estão “alguns ativos de valor muito relevante, como por exemplo, sete guindastes, cujo processo de venda aguarda decisão”. De acordo com a administração, a empresa pública atualmente em processo de extinção “já encaixou em leilões cerca de 2,3 milhões de euros”.

A venda de material que não foi incluído no concurso de subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC à West Sea vai prosseguir nos próximos dias 18 e 19. A administração dos ENVC vai tentar vender, em 11 leilões, a decorrer em dois dias no antigo posto médico daqueles estaleiros, diverso equipamento como zorras hidráulicas, material de escritório, ferramentas, chapas de aço, coberturas e andaimes, entre outros.

Nos cerca de 2,3 milhões de euros até agora arrecadados com a alienação de ativos dos ENVC não estão incluídos os 8,750 milhões de euros da venda, através de concurso público internacional, do navio “Atlântida” ao grupo português Douro Azul.

O navio, construído nos ENVC, por encomenda do Governo dos Açores, que depois o rejeitaria em 2009 devido a um nó de diferença na velocidade máxima contratada foi comprado em setembro passado pela Mystic Cruises, do grupo Douro Azul (cruzeiros turísticos). Questionada pela Lusa, administração dos ENVC, empresa tutelada pela ‘holding” estatal Empordef (Empresa Portuguesa de Defesa) remeteu para “acionista” (Estado), um prazo para a liquidação total dos ENVC. Contatada pela Lusa fonte do Ministério da Defesa Nacional (MDN) não prestou esclarecimentos até momento.

A West Sea, empresa criada pela Martifer para gerir a subconcessão dos ENVC, assumiu a subconcessão dos terrenos e infraestruturas da empresa pública no passado dia 02 de maio e já contratou cerca de 100 antigos funcionários da empresa pública. Em outubro passado o ‘ferryboat’ Atlântida deu entrada nos estaleiros da West Sea para obras de reconversão em navio de cruzeiro de luxo orçadas em seis milhões de euros. A intervenção deverá estar concluída em outubro de 2015, mês em que a Douro Azul espera que o navio atravesse o Oceano Atlântico em direção ao Brasil, onde tem a sua primeira viagem comercial agendada para 02 de janeiro de 2016.

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