Sem falar em eutanásia ou suicídio assistido, deputados do Partido Socialista francês e da UMP, centro direita, entregaram a Hollande uma proposta que inclui a possibilidade de sedação profunda, ou seja, injetar um paciente em estado terminal com um cocktail de medicamentos que o faça adormecer profundamente, num género de como induzido, até à morte. O presidente da República francês aceitou esta proposta, mas devido à sensibilidade do tema, vai lançar um debate público sobre cuidados paliativos e fim de vida durante o mês de janeiro.

Segundo a proposta remetida a Hollande e que este já aceitou, a sedação profunda só será aplicada com conhecido e acordo do paciente ou caso este não esteja consciente, mediante a consulta das suas disposições para fim de vida, os seus mais próximos e o próprio médico. No entanto, e apesar deste tipo de sedação já existir, os médicos serão obrigados a respeitar a vontade expressada pelo paciente e aplicar esta medida. A sedação poderá ser aplicada, segundo a proposta, a doentes com doenças incuráveis e cujo prognóstico antecipe a morte num curto espaço de tempo.

Um dos problemas desta medida é que há quem antecipe que a sedação prejudique ainda mais o estado de saúde já frágil dos pacientes e acabe por resultar num género de eutanásia. Vincent Morel, presidente da Sociedade Francesa de Cuidados Paliativos, diz que este tipo de sedação vai criar “confusão” e vai criar “um paralelo com a eutanásia”, segundo relata o Le Monde.

Hollande promete agora uma debate na Assembleia francesa e um debate alargado à sociedade para se discutir esta medida durante todo o mês de janeiro. Ao debate vai seguir-se a apresentação de proposta de lei efetiva, embora a data para a apresentação deste texto não esteja ainda fixada.

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