As vendas dos grupos de armamento russos continuam a crescer, graças às despesas militares de Moscovo, indicou hoje o Centro de Investigação Internacional sobre a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês).

“A subida notável das vendas dos grupos de armamento russos, em 2012 e 2013, ficaram a dever-se em grande parte aos investimentos contínuos no equipamento militar pelo Governo russo durante os anos 2000”, disse um investigador do SIPRI, Siemon Wezeman, citado em comunicado.

O volume de negócios as grandes empresas russas do setor aumentou 20% em 2013.

Pelo contrário, o conjunto dos 100 maiores grupos de defesa do mundo, excluindo os chineses, a faturação baixou pelo terceiro ano consecutivo, em 2%, para 402 mil milhões de dólares (322 mil milhões de euros).

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Sem informação fiável, o SIPRI excluiu do seu estudo as empresas chinesas, que beneficiam contudo do segundo maior orçamento militar do mundo.

Na Federação Russa, a Empresa de Mísseis Táticos conheceu o crescimento mais forte em 2013 (118%), subindo para o 46.º lugar no ranking mundial, seguida pela Almaz-Antey, que aumentou as vendas em 34%.

Este último, que ocupa a 12.ª posição mundial, poderia entrar nos dez primeiros lugares, “que é ocupado exclusivamente por produtores americanos e europeus desde o fim da Guerra Fria”, salientou o SIPRI.

A retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão e Iraque foi uma das razões para a baixa em 4,5% das vendas dos grupos dos EUA, que, não obstante, continuam a ocupar seis dos 10 primeiros lugares, casos da Lockheed Martin, que continua a ser o número 1, à frente da Boeing.

Entre 2004 e 2013, a Federação Russa mais do que duplicou o seu orçamento militar, que é o terceiro maior do mundo, segundo o SIPRI.

Os ocidentais estão a impor aos russos um embargo às armas em resultado da anexação da Crimeia e do seu apoio aos separatistas pró-russos no leste ucraniano.

O SIPRI, criado em 1966, com financiamento parcial do Estado sueco, é especializado na investigação de conflitos, armamento e desarmamento.

A sua definição de vendas de armamento inclui as de “bens e serviços a clientes militares, incluindo tanto as encomendas nacionais como as exportações”.