O antigo ministro socialista da Administração Interna e das Obras Públicas Jorge Coelho opõe-se ao modelo de privatização da TAP apresentado pelo Governo PSD-CDS e critica que o processo esteja a ser discutido a pouco tempo das eleições legislativas. “O Governo meteu-se numa alhada”, disse.

“Não lembra a ninguém a meia dúzia de meses de eleições ir tratar de uma operação de privatização, a operação mais complexa de todo o mandato”, disse o antigo ministro no programa Quadratura do Círculo, na SIC Notícias. “Ninguém falou com o PS. Há sondagens que apontam que PS sozinho tem mais votos do que PSD e CDS juntos”, continuou.

Jorge Coelho, que enquanto ministro das Obras Públicas tutelou a companhia aérea, tendo garantido, em 2001, que a TAP iria ser privatizada, diz ser a favor da privatização, mas critica o modelo defendido pelo Governo: “A minha opinião é que este modelo está errado e não pode continuar”.

“A TAP precisa de uma injeção de capital. Pode e deve abrir o seu capital à iniciativa privada, mas o Estado não pode perder a maioria”, disse Jorge Coelho, lembrando o processo de privatização da ANA, em que o critério, diz, “foi estritamente financeiro”.

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O antigo ministro está convencido que o Presidente da República não irá promulgar o diploma de autorização do processo de privatização e diz ainda que dentro da coligação não há acordo sobre esta questão.

Jorge Coelho referia-se às declarações de Paulo Portas, que pediu “prudência” na questão da TAP. “O PP nunca esteve de acordo com a privatização”, defende o antigo ministro e comentador.

“Ainda a procissão vai no adro. A privatização não se fará nos termos em que o Governo disse que seria feita”, concluiu.