A decisão da Ucrânia de renunciar ao estatuto de país não-alinhado, que representa mais um passo para a adesão à NATO, é “contraproducente” e levará ao “agravamento do clima de confronto”, declarou esta terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

A lei votada pelo Parlamento ucraniano é “absolutamente contraproducente, dá a ilusão de permitir resolver a profunda crise interna que a Ucrânia atravessa”, disse Serguei Lavrov em declarações divulgadas pela televisão pública russa, adiantando ser necessário travar o “agravamento do clima de confronto”.

Segundo o chefe da diplomacia russa, “seria muito mais produtivo para a Ucrânia iniciar um diálogo com a parte do seu próprio povo que foi completamente ignorada” no leste pró-russo do país.

“Não há outra solução a não ser uma reforma constitucional com a participação de todas as regiões, de todas as forças políticas da Ucrânia”, disse ainda Lavrov, apelando a Kiev para “reconhecer os rebeldes como interlocutores legítimos”.

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Os deputados ucranianos aprovaram hoje o abandono do estatuto de não-alinhado do país para este se aproximar da NATO, uma decisão simbólica que provocou a cólera de Moscovo, preocupada com a aproximação da Aliança Atlântica às suas fronteiras.

A Rússia defende uma reforma constitucional no seu país vizinho, que levaria a uma federalização das regiões do leste, o que lhes permitiria decidir sobre as relações diplomáticas e económicas a estabelecer com Moscovo.

As autoridades de Kiev recusam, admitindo unicamente “uma maior autonomia” para as zonas rebeldes.