A cidade de Wenzhou, na província oriental chinesa de Zhejiang, proibiu qualquer celebração de Natal nos seus colégios e jardins-de-infância, informou esta quinta-feira a agência oficial Xinhua.

A cidade de Wenzhou – lugar de origem de muitos dos emigrantes chineses que vivem em países europeus – emitiu uma circular a determinar que “nenhuma escola secundária, primária ou creche pode realizar celebrações relacionadas com o Natal” e a advertir que serão feitas inspeções para comprovar o cumprimento da ordem.

Na província de Zhejiang reside uma das maiores comunidades cristãs da China – especialmente protestantes. Este ano, em algumas cidades da zona, houve tensões entre as autoridades e os crentes, devido à demolição de várias igrejas e à retirada de cruzes que as adornavam.

Segundo o responsável de educação de Wenzhou, Zheng Shangzhong, o objetivo de proibir o Natal nos centros de ensino é “reduzir a obsessão das escolas com celebrações ocidentais, em detrimento das chinesas”.

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Zheng Shangzhong sublinhou que as escolas têm a responsabilidade de transmitir aos alunos o significado de festividades tradicionais do país, como o Festival das Lanternas, os Barcos Dragão e o Ano Novo Lunar.

Festas ocidentais como o Natal, o Halloween ou o Dia de São Valentim entraram com força nos últimos anos na cultura chinesa, especialmente através das gerações mais jovens e dos comerciantes das grandes cidades, que decoram os seus estabelecimentos com motivos relacionados com essas tradições “importadas”.

Apesar de o dia de Natal ser um dia de trabalho para os chineses, muitos centros comerciais de grandes cidades como Pequim ou Xangai estão decorados com grandes árvores de Natal e outras decorações, por vezes até mais excessivas do que nos países onde existe a tradição de celebrar o nascimento de Jesus.

Muitos dos enfeites que decoram o Natal ao redor do mundo são fabricados na China, especialmente na cidade de Yiwu, localizada perto de Wenzhou, que proibiu estas celebrações nas suas escolas.