Jamie Cullum é um dos artistas britânicos mais populares da atualidade. Com 15 anos de carreira e sete álbuns de originais publicados, conquistou com mérito um lugar no jazz-pop, com muitos sucessos, salas de espetáculo esgotadas, prémios e nomeações. As covers de clássicos não são novidade no repertório de Jamie Cullum, mas o artista sentia que nunca tinha feito um disco de “puro jazz”, uma vontade antiga que se concretizou neste último “Interlude”.
Não é só na voz e no talento musical que Jamie Cullum se destaca. Melómano, um colecionador obstinado de discos e um comunicador nato, junte-se a notoriedade artística e foi quanto bastou para garantir um lugar na BBC Radio 2, onde apresenta à terça-feira um programa de jazz escutado por 850 mil pessoas todas as semanas. Foi aí que conheceu e entrevistou Ben Lamdin, produtor e DJ, membro fundador da banda Nostalgia 77 e o responsável pela editora Impossible Ark.
Jamie Cullum conta que a empatia entre ambos foi imediata e que em pouco tempo desenharam as linhas gerais de “Interlude”, um disco pensado e gravado para soar “como um clássico”, inspirado no jazz vocal e no som dos anos 1930/1940. O ambiente escolhido, a banda, o equipamento analógico e a produção de Ben Lamdin deram a este disco um som antigo. As colaborações com artistas tais como Gregory Porter (no tema que escolhemos para ilustrar o Álbum da Semana) contribuíram para que “Interlude” fosse também um tributo a grandes nomes do jazz. Pode bem ser uma espécie de intervalo na carreia, no sentido que o jazz continua a ter espaço para ser reinventado, mas é sem dúvida um momento importante na demonstração de talento de Jamie Cullum.