Alberto João Jardim diz que “nunca há adeus na vida” e deixa em aberto tanto a possibilidade de se candidatar à Presidência da República, nem que seja para dar a conhecer as alterações constitucionais que pensa serem necessárias ao país, como a de ocupar um lugar na Assembleia da República, como deputado.
Numa entrevista à RTP em que não poupou palavras e disse estar a responder “com toda a sinceridade”, o líder histórico da Madeira afirma que Miguel Albuquerque é o seu líder e que daqui para a frente está disponível para fazer “tudo o que ele pedir”.
“O poder, por muito tempo que se esteja lá, acaba por ser efémero e o poder só tem uma compensação por aquilo que fazemos pelos outros, aí sim dá prazer”, disse o social-democrata.
Na última grande entrevista antes do congresso deste fim de semana que vai transferir oficialmente a liderança do PSD Madeira para Miguel Albuquerque, Alberto João Jardim falou sobre vários temas, dizendo que durante os quase 37 anos no poder fez “um pedaço de espetáculo” e que desatou a fazer o investimento necessário para que a Madeira tivesse o mesmo nível de desenvolvimento do continente.
Sobre as presidenciais:
“Tenho vários amigos interessados [na presidência] e tenho dificuldade em recolher entre eles. Vai ser uma alegria. Haja alegria, haja boa disposição”.
“[Eleições presidenciais] Seria uma boa oportunidade para dizer ao país o que penso. Mas não estou a pensar, porque não tenho as assinaturas. O povo ia saber como se fazia a mudança”.
Sobre o PSD Madeira:
“Albuquerque é o meu líder”.
“Se o PSD não ganhar as próximas eleições, sou derrotado”.
“Tudo que ele pedir, eu faço”.
Sobre a dívida da Madeira:
“Encontrei uma sociedade culturalmente feudal em que havia uma profunda diferença de classes e essa parte social foi mais importante que a obra física. Fiz 4.834 inaugurações em todos estes anos, o que dá uma inauguração de três em três dias”.
“A Madeira era a zona mais atrasada do país e eu tinha o dever como governante de melhorar as condições de vida. Desatei a fazer todo o investimento possível”.
“Ou se fazia a dívida ou não se fazia e ficávamos para aqui uns atrasadinhos”
Coligação PSD-CDS e eleições legislativas:
“A coligação não pode andar no politicamente correto, nunca falaram claro, com medo de ofender o PS”.
“António Costa dá-me confiança para bloco central. Pessoalmente tenho confiança em Costa, não tenho é confiança no PS”.
Sobre a família:
“A família foi exigente em preservar a privacidade. Por feitio deles, não gostavam”.
“Tinha oposição mais eficaz em casa, do que a própria oposição que dizia uma larachas”.