O Governo britânico está debaixo de fogo depois de terem sido revelados os gostos luxuosos dos seus representantes e pessoal político em matéria de viagens. Aviso: os números impressionam – foram mais de 133,9 milhões de euros gastos em táxis, voos em classe executiva e viagens de comboio em primeira classe nos últimos quatro anos, segundo revela o The Telegraph.
Os representantes e pessoal político do Governo liderado por David Cameron gastaram 80,3 milhões em voos em classe executiva, 34,8 em táxis e 17,4 em viagens de comboio em primeira classe. Isto depois de, em 2011, o ministro das Finanças britânico, George Osborne, ter proibido os funcionários de viajarem em primeira classe, a não ser em circunstâncias excecionais. Recado repetido pelo próprio primeiro-ministro do Reino Unido, que exortou os representantes do Governo e o pessoal dos gabinetes a serem mais contidos nas despesas.
Entre o clube dos mais gastadores, surge o ministério da Defesa, liderado por Michael Fallon, com 45,5 milhões de euros em despesas com viagens. A completar o pódio, aparecem os ministérios dos Negócios Estrangeiros (30,8) e o da Justiça (26,8), respetivamente. Ainda assim, de acordo com os dados divulgados em anos anteriores, a despesa com viagens diminuiu 9,4 milhões entre 2010 e 2014.
Uma fonte do Governo britânico, ouvida pelo mesmo jornal, já veio pôr água na fervura: “Os táxis são usados, em alguns casos, para transportar pessoas com incapacidades físicas, e a despesa desceu significativamente desde 2010”, explicou. Além disso, “na maioria dos voos de curta duração [os funcionários] viajam em classe económica, a menos que não estejam disponíveis”, em marcações de última hora.
Ainda assim, a mesma fonte garantiu que o Executivo liderado por David Cameron vai continuar atento a eventuais abusos, apesar da dimensão do aparelho. “Esta é uma organização grande, com 440 mil pessoas. No entanto, é algo que vamos continuar a vigiar”, garantiu, antes de elogiar o papel dos conservadores nas reformas que permitiram poupar 19,1 milhões de euros em impostos aos contribuintes.
