O Partido Socialista vai pedir a audição de responsáveis da ASAE no Parlamento com “caráter de urgência”. Em causa está o estudo que a DECO divulgou esta terça-feira onde 26 talhos chumbaram no que diz respeito à conservação, higiene e temperatura de venda da carne de vaca picada. Em reação à notícia, a ASAE já desvalorizou a questão por alegar que o estudo se baseia numa amostra pouco representativa. O PS quer agora ouvir rapidamente a ASAE, por achar que os resultados transmitem “intranquilidade” aos consumidores.
O requerimento foi apresentado esta manhã na comissão parlamentar de Agricultura e, sabe o Observador, foi aprovado por unanimidade. Além da ASAE será também chamado ao Parlamento um representante da DECO. A data das audições será marcada em breve, em função da disponibilidade das duas instituições.
Para os deputados socialistas que integram aquela comissão parlamentar, os resultados do estudo da DECO “conseguem ser ainda piores” do que os obtidos em 2013, quando aquela associação de defesa do consumidor fez testes semelhantes para avaliar a qualidade de conservação e tratamento da carne picada vendida a granel em Portugal. O problema, segundo alerta o PS, é que nada mudou desde então.
Os socialistas pedem, por isso, uma “maior fiscalização e controle das entidades com a responsabilidade do controlo e segurança alimentar”, já que, passados cerca de 2 anos dos primeiros indicadores, “a dúvida na qualidade e segurança alimentar mantém-se, e volta a ser colocada no epicentro a entidade com a responsabilidade de o garantir o seu controlo”, lê-se no requerimento socialista.
A intenção do PS surge depois de, na segunda-feira, a DECO ter revelado que todos os 26 talhos avaliados pela associação chumbaram na conservação, higiene e temperatura de venda da carne de vaca picada a granel, sendo que 23 adicionavam ao preparado sulfitos, aditivos proibidos por lei. O estudo da associação de defesa do consumidor analisou amostras de carne picada vendida em talhos de rua, de mercados e de hipermercados e os resultados, já divulgados, serão publicados na edição de fevereiro da revista Deco Proteste.