Uma ordem informática – ‘/bin/rm -r -f*’ – e 90% do segundo filme da saga Toy Story, da Pixar, desapareceu. Primeiro foi o chapéu da personagem Woody, depois as suas botas. E foi assim, elemento a elemento, que foram apagadas cenas inteiras de um filme que tinha data de estreia marcada para dali a um ano.
Nesse dia, nem o plano de recuperação dos estudios de animação valeu aos criadores de Toy Story. O sistema de backup falhou e a Pixar não tinha uma cópia do filme. O episódio foi contado pelo cofundador da empresa, Ed Catmull, no livro Creativity Inc. “Para voltar a montar o filme seriam necessárias 30 pessoas e um ano de trabalho”, escreveu Catmull naquele que é considerado um manual de gestão para a introdução da criatividade nas empresas.
Ed Catmull não revela o nome do funcionário da empresa responsável pela introdução do comando que destruiu a quase totalidade do filme, mas sabe-se quem o salvou. Galyn Susman era, na altura, a diretora técnica encarregue de Toy Story 2 e tinha dado à luz há pouco tempo, optando por trabalhar em casa. Foi por isso que um dia escolheu levar uma cópia do filme com ela. No dia do incidente, estava na Pixar e lembrou-se que tinha o filme no seu computador, que foi levado para a empresa “envolvido em cobertores, colocado cuidadosamente no banco de trás” do carro de Susman e transportado como um “faraó egípcio”.
Foi necessário algum trabalho, uma vez que algumas cenas haviam sido perdidas, mas a equipa conseguiu ter Toy Story 2 pronto a tempo da estreia, em 1999.