As Forças Armadas Venezuelanas (FAV) emitiram hoje um comunicado condenando a “conduta de um reduzido número de militares”, detidos por alegado envolvimento num plano para um golpe de Estado, e reiteraram lealdade ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
“As FAV reiteram o seu apoio incondicional e lealdade absoluta ao nosso Presidente, comandante-chefe das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, Nicolás Maduro Moros, e reafirmam o seu compromisso com a Constituição, a vontade do povo e os postulados do Plano da Pátria, lei que guia a revolução bolivariana, na construção do socialismo bolivariano do século XXI”, afirmam.
O comunicado foi divulgado através da televisão estatal venezuelana e lido pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrimo López, acompanhado pelo alto comando militar, sublinhando que a atitude dos militares suspeitos “não representa o sentir, pensar nem atuar da instituição” castrense. “Impulsados pelos mais perversos interesses e alimentados pelas mais mesquinhas intenções de setores apátridas, mancharam a honra militar e a imagem da instituição castrense, violando o seu juramento para atentar contra a democracia e a paz nacional”, afirmaram.
Segundo Vladimir Padrimo López, os detidos “preparavam ações militares, que em ligação com outras manobras políticas e contaminadas de ambições de poder, pretendiam infringir a ordem constitucional”. De acordo com o ministro, os militares venezuelanos estão unidos nas suas convicções democráticas e de que “um país não se constrói com violência nem ressentimento mas com justiça, cooperação e entendimento”.
Sete militares da Força Aérea Venezuelana foram hoje detidos pelas autoridades por alegado envolvimento num plano para realizar um golpe de Estado, que teria o apoio de vários opositores. A detenção foi anunciada pelo próprio Presidente Nicolás Maduro, que acusou os rebeldes de ter instruções para “gravar um vídeo” de um “general golpista que está preso” para depois, “com um avião Tucano, bombardear o palácio do Governo”, as sedes dos Ministérios da Defesa, Interior e Justiça, e o canal de televisão Telesul.
“Desmantelámos um atentado golpista contra a democracia, contra a estabilidade da nossa pátria. Trata-se de uma nova tentativa de usar um grupo de oficiais da Força Aérea para provocar um ato violento, um atentado, um ataque”, disse. Segundo Nicolás Maduro os oficiais detidos receberam pagamentos “em dólares, foram ativados, deram-lhes uma missão e vistos norte-americanos”.
Maduro denunciou o alegado envolvimento dos Estados Unidos nesta conspiração e instruiu os seus simpatizantes para que, no caso de lhe acontecer algo, reajam o golpe de Estado com uma ofensiva cívico-militar. “Estão autorizados a radicalizar a revolução até ao nível máximo que jamais tenhamos conhecido”, concluiu.