O Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu, no domingo, que os rebeldes xiitas deixem o poder no Iémen e negoceiem com as restantes forças uma saída para a crise, advertindo que está disposto a “medidas adicionais”.
Numa resolução aprovada por unanimidade, o órgão máximo de decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu que os rebeldes voltem à mesa de negociações “imediatamente e sem condições” impostas, retirem as suas forças dos edifícios governamentais e libertem o Presidente, Abdrabuh Mansur Hadi, e outros dirigentes que estão em prisão domiciliária.
O texto refere que serão impostas “medidas adicionais” em caso de incumprimento, mas não aponta o capítulo VII da Carta das Nações Unidas, que abre a porta ao uso da força, o que tinha sido pedido pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).
Esta é a primeira resolução aprovada pelo Conselho de Segurança desde que a milícia rebelde decretou, a 06 de fevereiro, a dissolução do parlamento e anunciou a formação de um conselho presidencial de transição.
No texto, repudia-se essas ações e defende-se o regresso ao caminho já acordado para levar a cabo uma transição democrática no país.
O Conselho pede a todas as partes, especialmente aos rebeldes, para seguir adiante com o processo e cessar a violência, ao mesmo tempo que solicita a todos os países que evitem qualquer tipo de interferência no conflito.
Em novembro de 2014, o Conselho de Segurança aprovou sanções contra o ex-Presidente Ali Abdalá Saleh e dois líderes rebeldes xiitas huthi por ameaça à paz e à segurança.
Na semana passada, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu que se está a assistir ao “colapso” do Iémen.
O texto aprovado no domingo foi negociado nos últimos dias e redigido pela Jordânia e pelo Reino Unido, sendo depois votado numa reunião de emergência.
Várias embaixadas — entre elas as de Espanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos, França, Itália, Holanda, União Europeia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos — foram encerradas nos últimos dias no Iémen na sequência da deterioração da situação política e da insegurança.
O país, localizado no Médio Oriente e aliado decisivo dos Estados Unidos no combate à Al-Qaida, está em convulsão desde a tomada do poder pela milícia huthi, em setembro.