Bombeiros profissionais de todo o país vão manifestar-se na próxima semana, em Lisboa, contra o que consideram o bloqueio que o Governo tem feito à admissão de profissionais pelas câmaras municipais e à progressão nas carreiras.
O presidente da Associação dos Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, disse à agência Lusa que os bombeiros esperam há quase quatro anos por um diploma que venha atribuir um regime de exceção, possibilitando às autarquias a contratação destes profissionais. “Neste momento estamos abaixo do nível de segurança que se exige nas maiores cidades do país”, avisou o responsável, estimando que faltem cinco mil bombeiros profissionais, que se deviam juntar aos cerca de quatro mil existentes atualmente.
Segundo Fernando Curto, há mais de cinco anos que se assiste à aposentação de bombeiros, sem que haja qualquer reposição dos quadros. A Associação dos Bombeiros Profissionais relata que a secretaria de Estado da Administração Interna chegou a elaborar um anteprojeto de diploma, mas foi remetido à secretaria de Estado da Administração Local, onde se encontra até agora, sem avanços.
“Esse anteprojeto tem a ver com a carreira de bombeiros profissionais e com a falta de bombeiros que existe no país. Por imposição do governo e, por não haver regime de exceção para os bombeiros profissionais, estão as câmaras municipais impedidas de admitir bombeiros e de fazer progressão na carreira”, explicou Fernando Curto à Lusa.
Para a associação de bombeiros, é inaceitável o “bloqueio” que o governo tem feito a esta situação, sobretudo porque consideram estar em causa a segurança das populações. Por isso, na próxima quarta-feira, bombeiros profissionais de todo o país vão manifestar-se junto ao Ministério da Administração Interna e à secretaria de Estado da Administração Local, em Lisboa.
Este protesto serve também para avisar a população de “que há uma falta de segurança no que diz respeito ao socorro, que é extremamente grave”. Só em Lisboa, exemplifica Fernando Curto, o quadro normal de bombeiros sapadores é de 1.112 profissionais, mas atualmente há pouco mais de 700. “Há um desfasamento muito grande em termos de resposta”, frisou.