O líder do principal partido da oposição grega (Nova Democracia), Antonis Samaras, afirmou este sábado que o Governo está a tentar mostrar que o programa que assinou com o Eurogrupo é um “êxito”, apesar de ser em “condições muito piores”.
“Tsipras e o seu Governo estão a tentar demonstrar que o regresso ao memorando que assinaram ontem [sexta-feira] é um êxito para o país. No fundo, é voltar ao mesmo lugar, mas em condições muito piores”, assegurou Samara, em comunicado, após o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, ter discursado na televisão.
Samaras destacou que o executivo tinha dito que acabaria com o resgate e com a ‘troika’ “e afinal assinou um prolongamento por mais quatro meses, com outro nome, e trata com a mesma ‘troika'”.
O ex-primeiro-ministro destacou que o seu Governo, pelo contrário, iria conseguir libertar a Grécia do programa de ajustamento “em finais de fevereiro”, caso tivesse continuado no poder.
Samaras acusou Tsipras de não explicar “onde irá buscar o dinheiro para pagar as obrigações do país nos próximos meses”, e embora tenha salientado que “se evitou o pior por agora”, numa alusão à saída da Grécia do euro, considerou que “o maior perigo ainda não está ultrapassado”.
O ex-parceiro do Governo de Samaras e líder dos sociais-democratas gregos, Evangelos Venizelos, também criticou a postura do Executivo, acusando-o de negociar um terceiro programa de resgate e de ter seguido o caminho das “falsas promessas”.
Por outro lado, o centrista To Potami abriu as portas à colaboração com o Executivo nas reformas e frisou que “não há tempo para desculpas”.