Quer comprar um smartphone este ano e ainda não decidiu o modelo? Temos boas (ou más) notícias: o número de opções no mercado continua a crescer. Decorreu esta semana o World Mobile Congress (WMC), a maior feira para a indústria dos telemóveis do mundo. O evento ocorreu na cidade de Barcelona, Espanha, e contou com a participação de 1,900 expositores, de grandes empresas de tecnologia a pequenas companhias, todas com as suas apostas para conquistar o mercado neste ano.
Entre lançamentos, anúncios, surpresas e deceções, o Observador separou as principais novidades entre todos os smartphones que passaram pela WMC. Para facilitar a sua leitura separamos o artigo em categorias que o guiarão pelo texto:
- As estrelas do WMC;
- A concorrência cresce e aparece;
- Para ver e ouvir melhor;
- Mais modestos e baratos;
- Os curiosos e originais.
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É de salientar que a maioria dos telemóveis aqui apresentados ainda não tem data oficial de lançamento ou preço sugerido. No entanto, as suas fabricantes garantem que estarão disponíveis no mercado neste ano. Veja mais a seguir.
As estrelas do WMC
Nem Mark Zuckerberg ou Sundar Pichai. A estrela do World Mobile Congress foi o lançamento dos novos modelos Galaxy S6 e S6 Edge da Samsung. Esta é a nova aposta da empresa para recuperar o primeiro lugar no ranking dos smartphones mais vendidos do mundo, posição perdida para a Apple no último trimestre de 2014 quando a companhia alcançou um quota de venda de 20,4% dos aparelhos em todo o mundo – a Samsung representa 19.9%, segundo dados do Instituto Gartner.
A grande ênfase do Galaxy S6 e S6 Edge está no seu desenho. Feitos de metal e vidro, seguem uma linha estética que se aproxima dos modelos premium da concorrência mas com um ecrã curvo semelhante ao Galaxy Note Edge. Veja aqui o artigo que o Observador fez sobre estes novos modelos.
Mas esta não é a única novidade da empresa sul-coreana. Seguindo a mesma linha de desenho metalizado mais fino e elegante, encontramos também o Samsung Galaxy A7, porém com características técnicas ligeiramente inferiores.
O modelo Samsung Z1 foi apresentado na WMC como o primeiro a utilizar o sistema operativo Tizen, o sistema feito de raiz pela Samsung. O Tizen assemelha-se ao Android no desenho e características, mas diferencia-se por ser uma solução feita em parceria com a Fundação Linux, como uma alternativa ao sistema da Google. Para operar o Tizen, o Samsung fez do Z1 um smartphone com características mais modestas: processador 1.2GHz dual-core, ecrã de 800×480 pixels e câmara principal de 3,8 megapixels.
A concorrência cresce e aparece
Quem também entra na disputa dos smartphones em 2015 é a empresa Huawei, com o seu novo modelo Huawei MediaPad X2. A atual quarta força do mercado dos telemóveis aposta no phablet como fator diferencial – um modelo que mistura os recursos de um smartphone com as dimensões de um tablet. De facto, o Huawei MediaPad X2 possui um ecrã de 7 polegadas com resolução de 1200×1920 pixels e uma espessura de 7.18 milímetros, a menor do mercado. O MediaPad X2 incorpora um chipset ultra octa-core, sendo o primeiro phablet dual-slim com ultra octa-core 4G LTE. Há duas versões disponíveis: uma com revestimento prateado com 2 GB de memória RAM e outra versão dourada com 3 GB de RAM e 32 GB de memória interna. Outros modelos lançados pela empresa na WMC são o Huawei Ascend Y360, Huawei Y635 e o Huawei Honor 4X.
Mais conservadora foi a empresa HTC. O seu novo modelo HTC One M9 é parecido com os seus predecessores: ecrã de 5 polegadas, resolução de 1920 x 1080 pixels e processador Qualcomm Snapdragon 810. No entanto, é nos detalhes que marca a diferença. O corpo metálico ganhou um formato ligeiramente mais arredondado nas extremidades e uma subtil segunda cor. Utiliza o sistema operativo Android 5.0 Lollipop e tem um processador Qualcomm Snapdragon 810 com 3 GB de RAM. A câmara principal 4-Ultrapixel mudou de lado e agora é frontal, dando lugar a uma câmara de 20 megapixels. Estas atualizações fizeram com que o CNET chamasse ao HTC de “o smartphone mais sexy que vimos neste ano”.
Magna, Spirit, Leon e Joy. Estes são os nomes dos novos smartphones da LG apresentados um dia antes do início da WMC. Os quatro telemóveis diferenciam-se pelo tamanho do ecrã, que varia entre 4 e 5 polegadas, pela qualidade da câmara frontal (que vai de 5MP ao padrão VGA) e pela autonomia da bateria. Em comum, os modelos utilizam o Android 5.0 Lollipop e algumas aplicações já presentes no modelo LG G Flex 2, como o Glance View, que serve para visualizar notificações ao deslizar o dedo no ecrã desativado, e o controle de gestos que ativa a câmara principal na hora de tirar selfies.
Em busca de reinventar-se a Blackberry lançou o BlackBerry Leap, o seu primeiro modelo completamente touchscreen. No entanto, a empresa não pretende deixar de lado o seu famoso teclado QWERTY. Ron Louks, diretor executivo da empresa, apresentou na WMC uma mostra de um smartphone a ser lançado neste ano com um ecrã curvo, como o do Samsung Galaxy S6 Edge, mas com teclado deslizante. Ainda não se sabe o seu nome oficial, mas por enquanto é referido pela empresa como “the slider”.
E agora que se aproxima o bom tempo, que tal levar o telemóvel para perto da piscina sem preocupações em estraga-lo com água? Este é o objetivo do Xperia M4 Aqua, o novo smartphone da Sony, à prova de água. O Observador dedicou um artigo ao smartphone, mas atenção: o dispositivo só suporta água doce, as tampas laterais têm de estar “bem fechadas” e não pode estar a mais de 1,5 metros de profundidade durante mais de 30 minutos.
Para ver e ouvir melhor
Para os amantes da fotografia, a Lenovo apresenta o modelo Vibe Shot, um smartphone equipado com um sensor de 16 megapixels em uma lente modular de seis peças, que fica ao lado de um flash tricolor para ajustar-se a quantidade de luz ambiente do entorno. O telemóvel também conta com uma câmara frontal de 8 megapixels e um modo Pro que permite ter maior controle na edição das imagens.
Quem aproveitou o WMC para anunciar a sua entrada no mercado europeu foi a empresa Polaroid com uma linha de telemóveis que utiliza tanto o Android quanto o Windows Phone. Apesar de a câmara principal (de 5 a 8 megapixels de acordo com o modelo) e frontal (do padrão VGA a 2 megapixels) serem modestas, a empresa pretende oferecer um telemóvel com o preço mínimo sugerido de 89 euros em 8 cores diferentes.
Se o seu interesse é escutar música com uma boa qualidade de som, o Alcatel OneTouch Idol 3 é a solução para si. O telemóvel oferece um sistema de áudio desenvolvido pela empresa de JBL com componentes profissionais de som e altifalantes que proporcionam uma experiência surround. O modelo também é 100% reversível, ou seja, não importa se está a atender uma chamada, navegar na web ou tirar uma foto com o lado direito para cima ou de cabeça para baixo: a visualização estará sempre direita. Outra opção apresentada pela Alcatel é o modelo Pixi 3 (5.5), ideal para multimédia e streaming. Com duas opções de conectividade (3G ou 4G), possui um processador quad-core, um ecrã de 720 x 1280 pixels e uma bateria de longa duração.
Mais modestos e baratos
Quem procura aumentar a quota de mercado é a Microsoft com os modelos Lumia 640 e Lumia 640 XL, uma boa opção para quem quer experimentar o sistema operativo da Windows. Os dois modelos diferenciam-se pelo tamanho do ecrã (5 e 5,7 polegadas, respetivamente) e pela qualidade da câmara principal (13 e 8 megapixels) e frontal (8 e 5 megapixels), mas em geral apresentam o mesmo conjunto de características internas. O diferencial competitivo estará no preço, com valores sugeridos a partir de 165 euros para o Lumia 640 e 195 para o Lumia 640 XL.
O preço também é a variável mas importante para a Mozilla, a comunidade de software responsável pelo navegador Firefox. Em parceria com a fabricante chinesa Spreadtrum, traz o modelo Ace ao preço sugerido de 21 euros. Mas não se anime com as suas características: o processador tem apenas 1GHz, o ecrã tem 3,5 polegadas, resolução de 480×320 pixels e a câmara é de 2 megapixels. O telemóvel estará inicialmente disponível apenas no Japão, Filipinas e em alguns países africanos. Como curiosidade, o Ace utiliza o Firefox OS, um sistema operacional baseado no navegador da Mozilla.
Voltando ao Windows Phone, já há alguns telemóveis lançados no mercado preparados para o momento em que a Windows atualize o seu sistema operativo para o Windows 10. É o caso do Liquid M220 da empresa Acer, que colocou no centro a familiaridade de utilização e funcionalidades essenciais do Windows. O aparelho suporta de forma completa aplicações e serviços da empresa como o OneDrive, Skype, Office e o assistente de voz personalizado Cortana. A sua configuração (ecrã de 4 polegadas, memória RAM de 512 GB e memória de armazenamento de 4GB) pode não impressionar, mas o preço sugerido para o mercado pode ser atrativo: 79 euros. Outros lançamentos da empresa com configurações e preços superiores e com o sistema operativo Android são o Liquid Jade Z, Liquid Z220 e Liquid Z520.
Ainda na gama dos telemóveis de baixo preço, encontra-se o Redmi 2 da empresa chinesa Xiaomi, a terceira maior distribuidora de smartphones do mundo. A companhia espera fazer o seu salto ao mercado europeu com um modelo já lançado na China em janeiro e que tem o preço sugerido de 110 euros. As suas dimensões não são muito discretas – a espessura é de 9,4 milímetros para um ecrã de 4,7 polegadas, mas vem equipado com uma memória interna de 1GB RAM, 8 GB de memória de armazenamento e uma câmara principal de 8 megapixels.
Os curiosos e originais
A empresa Silent Circle aposta todas as fichas com o Blackphone 2 num aspeto pouco abordado pelos smartphones: a segurança. O telemóvel opera o PrivatOS 1.1, um sistema operativo baseado no Android, que encripta chamadas, mensagens de texto e lista de contactos para garantir a privacidade do utilizador. O Blackphone 2 tem um ecrã de 5.5 polegadas com 1.920 x 1.080 pixels de resolução protegido por um vidro Gorilla Glass 3, um processador 64-bit octa-core e 3GB de memória RAM.
Estará recordado do Project Ara, o projeto do Google no qual o utilizador pode literalmente construir um smartphone à medida do bolso e das necessidades a partir de blocos que representam as diferentes partes de um aparelho? Pois bem, a empresa Yezz apresentou no WMC os mockups dos módulos que fabricará para o telemóvel. No total o aparelho permitirá o uso de 11 módulos intercambiáveis, entre câmara fotográfica, memória, ecrã, bateria, entre outros. A Yezz espera o lançamento do smartphone da Google para o fim do verão com um preço inicial de 183 euros, mas ainda não há uma confirmação oficial.
No requisito originalidade, o prémio vai para o Monohn Runcible. O modelo é oval, com uma forma ergonómica que cabe na palma da mão de qualquer utilizador e tem um revestimento de madeira, para que pareça um relógio de bolso. Acompanhado a sua forma única, há um ecrã oval e uma câmara fotográfica na parte de trás, além de uma série de acessórios como um dispositivo para agregar uma corrente e caixas de diferentes modelos. Segundo Aubrey Anderson, diretor executivo da empresa Monohn em entrevista ao Tech 2, o objetivo do telemóvel é devolver o controlo à vida digital. “Runcible é a alternativa para os cada vez mais invasivos smartphones, cuja abordagem baseada em apps distrai de nossas vidas em vez de ajudar-nos a vivê-la”, afirma. Curioso ou original? A resposta estará nas lojas até o fim do ano.