A adesão desta sexta-feira à greve dos trabalhadores da função pública varia entre os 80 e os 100% nos resíduos sólidos, nos turnos da noite dos hospitais e nos bombeiros sapadores, disse hoje à Lusa o secretário-geral da CGTP. “Nós temos adesões que variam entre os 80 e os 100%. Em termos globais, o que apurámos por volta da uma da manhã de hoje é que há uma grande adesão principalmente nos resíduos sólidos, recolha do lixo, turnos da noite nos hospitais e bombeiros sapadores”, disse à agência Lusa Arménio Carlos.

O líder da central sindical estima que hoje de manhã a adesão seja elevada em termos gerais nos setores da saúde, educação, segurança social e justiça. “O ambiente é claramente de indignação face ao comportamento relativamente aos trabalhadores da administração pública”, salientou.

De acordo com Arménio Carlos, os trabalhadores estão em luta pelos seus direitos, ou seja, pelos aumentos salariais, carreiras profissionais, manutenção das 35 horas, regulação da requalificação da nova lei dos despedimentos sem justa causa e também pela integração dos trabalhadores desempregados que estão a ocupar postos de trabalho permanentes.

Na opinião do sindicalista, estes direitos que os trabalhadores reclamam são essenciais para a melhoria dos serviços públicos prestados à população. “Quero ainda lembrar que está provado que os 10 mil milhões de euros que o Estado retirou aos trabalhadores foi a mesma verba que transitou para os bancos: estou a falar do Novo Banco, do BPN e do BPP. Isto demonstra que os problemas não estão na administração pública, mas nas opções políticas que este Governo assumiu”, declarou.

Arménio Carlos salientou que “esta luta dos trabalhadores emana uma forte motivação pela defesa da dignidade que os trabalhadores têm e que está a ser atacada pelo Governo”. A greve de hoje foi convocada pela Federação sindical filiada na CGTP e teve depois a adesão do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) e do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

Na origem da convocação da greve estão os cortes salariais na função pública, o aumento do horário semanal das 35 para as 40 horas, a colocação de trabalhadores no regime de requalificação, o congelamento das carreiras e a falta de negociação no setor.

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