O lote final do equipamento do laboratório oferecido por Portugal para detetar o Ébola na Guiné-Bissau aguarda desalfandegamento, disse à Lusa fonte da missão médica que recebeu a visita do Ministro da Defesa, Pedro Aguiar-Branco.

“Ainda nos falta muito material importante, mas temos a informação de que em breve estará disponível”, referiu Luís Meira, médico do INEM de Portugal que lidera o grupo que chegou à Guiné-Bissau na sexta-feira.

Uma equipa portuguesa de 11 pessoas chegou a Bissau na sexta-feira para montar e gerir um laboratório capaz de detetar casos de Ébola a partir de amostras biológicas, algo que não existe no país que faz fronteira com outros estados afetados pelo vírus.

Enquanto o material para montar o centro de diagnóstico não sai dos contentores do porto de Bissau, testam-se as máquinas transportadas de avião com a missão médica.

O ministro da Defesa de Portugal visitou o pavilhão do Hospital Simão Mendes, em Bissau, onde o material está em fase de calibração e ouviu explicações dos elementos do INEM e do Instituto Nacional de Saúde.

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Os profissionais de saúde destacaram o facto de o equipamento poder ser utilizado “para diagnosticar outras doenças” e reforçaram também a vertente de formação que vão realizar no país.

A ideia é que após os seis meses de missão, possam transmitir para os médicos guineenses toda a informação necessária para que sejam capazes de trabalhar com o laboratório.

Aguiar-Branco saudou o leque de áreas de intervenção previsto.

“O que é importante é começar e depois não parar: ir acrescentando capacidades”, concluiu.

Desde o início do atual surto, há cerca de um ano, o vírus Ébola não foi detetado na Guiné-Bissau, mas já afetou os países vizinhos, o que justifica medidas de prevenção.

“A Guiné-Bissau tem uma relação muito próxima com Portugal: há vários voos daqui para Lisboa” e há interesse das autoridades portuguesas em que “eventuais casos sejam identificados e tratados”, acrescentou Luís Meira.

O laboratório vai ser capaz de detetar eventuais casos do vírus Ébola a partir de amostras biológicas num prazo estimado de cinco horas.