O PS requereu, esta terça-feira, a presença no Parlamento do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, para darem esclarecimentos sobre a eventual existência de uma lista VIP de contribuintes.

Em declarações à agência Lusa, o deputado e membro do Secretariado Nacional do PS João Galamba disse que o requerimento pede a presença do secretário de Estado Paulo Núncio e do sindicalista Paulo Ralha, “com caráter de urgência”, e será discutido na quarta-feira, durante a reunião da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças.

“Esperamos que a maioria PSD/CDS viabilize o requerimento. É um assunto demasiado sério, que merece um cabal esclarecimento, e a sede para o fazer é o parlamento”, vincou João Galamba.

Na sexta-feira passada, no último debate quinzenal, o líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, confrontou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, com a suposta existência de uma lista VIP de contribuintes, mas o chefe do executivo negou, citando a informação que recebera da Autoridade Tributária e Aduaneira.

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No encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, o secretário-geral dos socialistas, António Costa, afirmou que o partido iria insistir no esclarecimento deste assunto.

Para o PS, verificaram-se nos últimos dias “contradições entre representantes dos partidos da atual maioria e membros que integram o Governo, e confirmou-se na segunda-feira o pedido do Ministério das Finanças à Inspeção-Geral de Finanças para abertura de um inquérito sobre a alegada existência de uma lista de contribuintes na Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), cujo acesso seria alegadamente restrito”.

“Face ao exposto, os deputados do Grupo Parlamentar do PS consideram que as notícias veiculadas até à presente data por diversos órgãos de comunicação social são extremamente preocupantes, sendo essencial que, quer o membro do Governo que tutela diretamente a área, quer o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), se pronunciem no parlamento sobre as mesmas com a máxima urgência”, justifica o requerimento do PS, ao qual a agência Lusa teve acesso.