O mote foi lançado pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que defendeu esta quinta-feira em declarações à TVI que a Assembleia da República deve considerar a trasladação para o Panteão Nacional do corpo do cineasta Manoel de Oliveira, que faleceu esta quinta-feira aos 106 anos.
“Certamente”, respondeu Barreto Xavier aos jornalistas em relação à possibilidade de os restos mortais do cineasta irem para o Panteão, à semelhança do que aconteceu a Sophia de Mello Brayner, Amália Rodrigues e, agora mais recentemente, Eusébio. “Manoel de Oliveira é um grande português, que merece que a Assembleia da República considere, por ser uma honra que é dada aos grandes portugueses, que ele foi certamente”, disse o secretário de Estado da Cultura.
O responsável pela pasta da Cultura considerou Manoel de Oliveira como “decisivo na construção do cinema português, na história do cinema, na projeção do cinema português no mundo” e um exemplo para todos os que o rodeavam. “Ainda está a custar a entender, mas Manoel de Oliveira, com quem tive oportunidade de privar, era um homem absolutamente extraordinário, um homem com uma energia, com um sentido de alegria na vida que foi um sinal para todos aqueles que tiverem oportunidade de conviver com ele”, disse.
No Parlamento, os vários partidos reagiram à notícia da morte do cineasta e, quando questionados pelos jornalistas sobre este tipo de iniciativas legislativas, não rejeitaram a possibilidade de Manoel de Oliveira ter honras de Panteão. O PCP foi o mais categórico, com a deputada comunista Paula Santos a afirmar que, apesar de “ainda ser cedo”, o partido está a considerar essa hipótese.
Também o líder parlamentar Luís Montenegro respondeu aos jornalistas que “não é o momento” para falar dessa matéria, mas sim para evocar o “grande vulto” que foi Manoel de Oliveira. Mas não rejeitou a possibilidade.
O Parlamento aprovou no ano passado a trasladação da escritora Sophia Mello Breyner para o Panteão e este ano aprovou a trasladação do futebolista Eusébio, que deverá ocorrer no verão.