O stock de bacalhau no mar do Norte está a crescer a um ritmo acelerado e poderá tornar-se sustentável nos próximos cinco anos, de acordo com uma análise da Seafish, organização que representa a indústria alimentar dos produtos do mar, e da Marine Stewardship Council (MSC), que certifica a sustentabilidade do peixe e do marisco.
“A maior surpresa do nosso estudo foi o bacalhau do mar do Norte,” disse Dr. Pickerell, diretor técnico da Seafish que esteve envolvido na investigação, em entrevista ao Guardian. “É uma espécie que poderá ser certificada pela MSC daqui a uns anos. De momento está na trajetória certa para se tornar sustentável a longo prazo,” acrescentou Pickerell, que acredita que “daqui a cinco anos poderá já estar no sistema”.
O bacalhau do mar do Norte já foi considerado um dos exemplos mais desastrosos da sobrepesca intensiva. Entre 1980 e 1990 duras regulações foram impostas à indústria e, desde 2006, é visível uma notável recuperação. Antigamente o bacamarte era a alternativa recomendada ao bacalhau, mas agora o bacalhau está perto de ser tão sustentável como o bacamarte.
Mas a MCS, que também guarda a responsabilidade de aconselhar o consumo de produtos do mar, aconselha a evitar o consumo do bacalhau do Mar do Norte por ser uma espécie com um histórico de stock muito baixo, apesar destes “nítidos níveis de recuperação”.
Apesar das melhorias, a investigação revelou que uma em cada nove pesqueiras está a pescar de forma sustentável. Uma análise a 450 pesqueiras mostra que 400 delas estão a sobrepescar ou têm de falta de gestão e de dados. Apesar destes resultados, o Dr. Pickerell está otimista. “É uma questão de ver o copo meio-cheio ou meio-vazio. Nós estamos a ver o copo meio-cheio porque temos um plano de ação. Estivemos no escuro até hoje, com os resultados desta investigação,” justificou o técnico da Seafood.