O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) anunciou a constituição de cinco fundos adicionais de investimento em indústrias de alto rendimento, no valor de 1,4 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros), ao longo dos próximos cinco anos. Totalmente detido pelo Estado angolano, o FSDEA garante em comunicado que estes cinco fundos serão veículos dedicados a investimentos de capital de risco nos ramos da mineração, madeira, agricultura, saúde e “para capital estruturado através de um fundo mezanino”.

“Na sequência da estratégia de preservação de capital implementada inicialmente pelo Fundo desde janeiro de 2014, estas novas alocações vão promover o desenvolvimento socioeconómico e gerar receitas para as gerações vindouras”, garante o presidente do Conselho de Administração do FSDEA. José Filomeno dos Santos acrescentou que os novos ramos abrangidos “representam setores de elevado potencial e sustentabilidade, com vários benefícios não financeiros, tais como a geração de novos empregos e a formação profissional”.

O setor mineiro receberá um investimento de 250 milhões de dólares (234 milhões de euros), “com foco na África subsaariana e principalmente em Angola”, e “considerará oportunidades” nas várias fases da mineração, “desde a exploração à modernização e expansão”.

A mesma verba será destinada à exploração da madeira ao longo dos próximos cinco anos, tal como na agricultura, “para capitalizar” o setor. “Em última análise, a referida alocação também contribui para apoiar os objetivos sociais, como o emprego nas zonas rurais e a segurança alimentar”, refere o fundo.

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Serão ainda investidos 400 milhões de dólares (374 milhões de euros) ao longo dos próximos três anos na área da saúde, focando-se “nos países com o maior potencial de retorno e apoio governamental à saúde, como Angola, Camarões, Gana, Quénia, Moçambique, Nigéria e África do Sul”.

Por último, o Fundo de Investimento de Capital Mezzanino do FSDEA vai apoiar o empreendedorismo, alocando 250 milhões de dólares. Verba estipulada para “atender às necessidades dos setores predominantemente conduzidos pelo empreendedorismo”.

Os cinco fundos de investimento agora anunciados somam-se aos dois já existentes, divulgados no terceiro trimestre de 2014, dedicados às infraestruturas (mil milhões de euros) e à hotelaria (468 milhões de euros). “Ao privilegiar investimentos financeiros de longo prazo, o Fundo desempenhará uma função importante na promoção do desenvolvimento social e económico de Angola e na geração de reservas para os cidadãos angolanos”, destaca o FSDEA.