Pode ser apenas uma questão de horas até que a cidade iraquiana de Ramadi caia completamente nas mãos do autoproclamado Estado Islâmico. Segundo Falih Essawi, alto responsável da província de Anbar, onde se situa aquela cidade, não é certo que as tropas governamentais consigam resistir por muito mais tempo à ofensiva dos jihadistas, que nos últimos dias intensificaram os combates na zona e conseguiram conquistar várias zonas da cidade.
Ramadi é a capital da província de Anbar, no centro do Iraque, e situa-se nas margens do rio Eufrates, a escassos cem quilómetros da capital do país, sendo por isso considerada estratégica. Pelo menos desde meio da semana passada, Ramadi tem estado sob forte pressão dos combatentes do autoproclamado Estado Islâmico, que já controlam três áreas da cidade e estão prestes a chegar ao centro.
Os avanços dos jihadistas surgem escassas horas depois de um porta-voz do Pentágono, nos Estados Unidos, ter comentado que o Estado Islâmico já perdeu mais de 25% dos territórios que controlava desde que começaram os ataques aéreos da coligação internacional. Nas palavras do coronel Steve Warren, ainda não se pode falar numa mudança completa do rumo da guerra, mas “inquestionavelmente” foram provocados danos no grupo terrorista.
Pouco depois, o primeiro-ministro iraquiano reunia-se com o presidente norte-americano e Obama anunciava uma ajuda humanitária de 200 milhões de dólares (cerca de 190 milhões de euros) ao Iraque. Haider al-Abadi aproveitou a ocasião para tentar negociar armamento com os Estados Unidos.
Falih Essawi, o responsável da província de Anbar que falou à CNN, aproveitou para pedir aos Estados Unidos e países da coligação internacional que intensifiquem os ataques aéreos a posições do Estado Islâmico na zona de Ramadi, alegando que só isso poderá evitar a queda da cidade nas mãos dos jihadistas. Nos últimos dias, os terroristas executaram dezenas de soldados e polícias em Ramadi e nas redondezas.