A associação mutualista vai subscrever na totalidade a nova emissão de unidades de participação da Caixa Económica Montepio Geral no valor de 200 milhões de euros, segundo a proposta a apresentar em assembleia geral dos detentores destes títulos, convocada para 5 de junho. Esta proposta para reforçar o capital social do Montepio Geral prevê a supressão dos direitos de preferência por parte dos atuais detentores de unidades de participação, que quais são clientes da instituição financeira.

A estratégia para reforço de capitais passa por procurar, numa segunda fase, investidores institucionais, principalmente estrangeiros, que subscrevam as unidades. Mas numa primeira fase, os títulos vão ser vendidos à associação mutualista que é a entidade que controla a caixa económica.

O presidente da instituição, Tomás Correia, já tinha sinalizado que os clientes não seriam chamados a financiar uma nova operação de reforço de capitais. A primeira emissão destas unidades realizou-se em 2013, tendo rendido também 200 milhões de euros ao banco. Estes títulos são transacionados em mercado, mas o seu valor tem estado abaixo do preço de venda e o Montepio tem assegurado recompra destas unidades para evitar perdas aos investidores que compraram os títulos.

O Montepio apresentou em 2014 prejuízos de 187 milhões de euros que resultaram do aumento das provisões para crédito em risco, cujo reforço resultou em parte de uma auditoria por parte do Banco de Portugal.

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A caixa económica está também em processo de mudança de estatutos com o objetivo de reforçar a independência dos órgão de gestão em relação à associação mutualista. Uma das mudanças previstas é a do presidente do banco, cargo ocupado por António Tomás Correia. Um dos nomes apontados é do ex-ministro das Finanças socialista, Fernando Teixeira dos Santos, mas há mais três potenciais candidatos.

Estas alterações foram apresentadas na última assembleia geral, na semana passada, mas a sua discussão foi adiada para 26 de maio.