O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feira “infeliz e precipitado” o comunicado em que os diretores de informação criticam o projeto legislativo da maioria PSD/CDS para a cobertura eleitoral por parte dos órgãos de informação.

“É um comunicado infeliz e precipitado da parte dos diretores dos órgãos de comunicação social. É infeliz porque atribuiu intenções e disposições aos partidos da maioria que não constam do nosso documento nem dos objetivos da nossa intervenção legislativa. É precipitado porque parte de um texto que está desatualizado”, disse Luís Montenegro à agência Lusa.

Um grupo de 20 diretores de informação criticou hoje, em comunicado, o novo projeto de diploma de cobertura eleitoral da maioria PSD/CDS-PP, considerando que este, apesar de ter sido eliminada a intenção de controlo prévio, continua a “condicionar a liberdade editorial”.

Luís Montenegro considerou que o comunicado “em vez de contribuir para um debate e uma ponderação serenos, vem incendiar o clima em torno desta reflexão”.

“É uma reflexão difícil, se fosse fácil conjugar as disposições constitucionais relativas à igualdade de tratamento das candidaturas com a liberdade editorial, a lei já tinha sido mudada há mais tempo”, disse.

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O líder parlamentar do PSD lamentou a atitude assumida pelos diretores de informação e salientou que a maioria PSD/CDS-PP tem interagido com os representantes dos órgãos de comunicação social e recolhido os seus contributos.

“Temos a porta aberta para dialogar com os senhores diretores”, disse Montenegro refutando as acusações de que a iniciativa legislativa tem como objetivo limitar a liberdade editorial.

Num comunicado conjunto assinado por 20 diretores de informação de órgãos de comunicação social portugueses, desde a agência noticiosa, a rádios, televisões e jornais, os signatários “registam e saúdam a eliminação de alguns pontos absurdos do anterior projeto de lei, como a apresentação, para controlo prévio, dos planos de trabalho dos jornalistas”, mas consideram que a nova proposta “volta a impedir e a condicionar a liberdade editorial”.

Luís Montenegro disse à Lusa que o projeto legislativo “ainda não está pronto, está a ser ultimado e valorizado com os contributos” que tem chegado à maioria parlamentar.

O deputado assegurou que o novo quadro legal vai permitir um trabalho jornalístico com maior liberdade editorial.