O sindicato dos pilotos promete “desenvolver todas as diligências necessárias e suficientes para congregar forças alargadas que se oponham a este opaco e desastroso processo de privatização.”. Em reação à conferência de imprensa do governo, o SPAC (Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil) acrescenta em comunicado que irá convocar “oportunamente” as assembleias de empresas (TAP e Portugália) para “refletir e ratificar a prossecução deste rumo”.

Os três sindicatos que recusaram assinar o acordo com o governo no final do ano passado estão contra o processo de privatização da transportadora. As outras nove estruturas sindicais aceitaram negociar as condições laborais e a sua salvaguarda num cenário de passagem da TAP para mãos privadas.

De acordo com a agência Lusa, o SPAC já terá contactado as outras estruturas sindicais: Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC). Estas organizações representam mais de metade dos trabalhadores da transportadora aérea.

Depois de na sexta-feira, o SPAC ter garantido não se opor a privatização da TAP, este comunicado endurece a posição contra o processo de venda da empresa, a quatro dias de terminar o prazo para entrega de propostas vinculativas para a compra de 66% do capital. O sindicato não exclui a convocação de uma nova greve. Uma das reivindicações que esteve na origem da paralisação de dez dias, a greve mais longa na empresa, era o acordo de 1999 que dava aos pilotos uma fatia de 10% a 20% no capital da TAP, no quadro da privatização.

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Referindo os “ataques” aos pilotos e ao sindicato, o SPAC considera que o “combate chegou a um impasse e que este processo de privatização em concreto não oferece as necessárias garantias de estabilidade e de continuidade do nível de emprego, das condições de trabalho, retributivas e de carreira subjacentes aos Acordos de Empresa em vigor, que os Pilotos e o SPAC consideram vitais para os seus interesses futuros.”

Sublinhando que o caderno de encargos da privatização da TAP não prevê sanções para o incumprimento das condições acordadas entre o governo e nove sindicatos em dezembro de 2014, o sindicato conclui ainda que os “Pilotos não podem ficar reféns de gente que não cumpre os acordos, mente deliberadamente e manipula a informação em desespero de causa”.

Neste comunicado, o SPAC refere em particular a promessa de manter os acordos de empresa, com a proibição de despedimento coletivo, durante 30 meses, já com a TAP privatizada.