O ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, detido no âmbito do escândalo de corrupção da empresa brasileira e que aceitou um acordo de delação para reduzir a sua pena, devolveu 157 milhões de reais (46 milhões de euros) à petrolífera.
Num ato celebrado em Brasília na segunda-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o dinheiro desviado já foi recuperado e está numa conta da Justiça Federal na cidade de Curitiba, capital do estado de Paraná, onde tem lugar o processo judicial.
O dinheiro, detalhou Janot, será transferido para a conta da Petrobras e corresponde a 80% do total que Pedro Barusco se comprometeu a devolver como parte das condições impostas pela Justiça para aceitar a sua denúncia.
Os outros 20% serão retidos pelo departamento de Justiça para um eventual ressarcimento a terceiros prejudicados pela corrupção na petrolífera.
Através dos acordos de delação com vários acusados, alguns já condenados, a empresa estatal pode recuperar cerca de 570 milhões de reais (167 milhões de euros) do dinheiro desviado.
Num comunicado, a Petrobras celebrou a devolução do dinheiro por Pedro Barusco, que “estava em contas secretas na Suíça” e que vem elevar para 205 milhões de reais (60 milhões de euros) o total do montante recuperado.
Os desvios na Petrobras, que a empresa calcula puderem chegar aos 1.800 milhões de euros, começaram a ser investigados há cerca de um ano e já levaram à prisão de cinco ex-diretores da empresa e a cerca de 20 executivos de importantes construtoras do país.
Segundo a Procuradoria, as construtoras pagavam subornos em troca de favorecimentos em concursos da Petrobras, sendo esses recursos distribuídos entre os partidos políticos que apoiavam a rede.
Atualmente estão a ser investigados cerca de 50 políticos brasileiros por alegada implicação no caso, a maioria da base aliada da Presidente, Dilma Rousseff.