A economia portuguesa cresceu 1,4% em termos homólogos no primeiro trimestre, uma aceleração face ao crescimento de 0,6% que tinha sido registado no último trimestre de 2014 (também na comparação homóloga). Trata-se da taxa de crescimento mais elevada desde o último trimestre de 2013. Na comparação em cadeia, ou seja, face ao trimestre anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 0,4%, refletindo um aumento da procura interna, segundo o INE.

Segundo a estimativa rápida publicada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “a aceleração em termos homólogos do PIB esteve associada ao aumento do contributo da procura externa líquida, em resultado do abrandamento das Importações de Bens e Serviços e da aceleração das Exportações de Bens e Serviços”. Para a descida das importações contribuiu a redução do preço do petróleo neste período comparativo.

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Já na variação em cadeia (0,4%) está refletido, também, um contributo positivo da procura interna, diz o INE, reservando mais detalhes para quando saírem os números definitivos para as Contas Nacionais Trimestrais, a 29 de maio.

Um economista do holandês ING que segue a economia portuguesa, Anthony Baert, considera o crescimento em cadeia “ligeiramente dececionante, mas a recuperação gradual não está a fraquejar“. A maioria dos economistas apontava para um crescimento em cadeia de 0,5%. Ainda assim, o economista diz que “é necessário muito mais crescimento para criar mais empregos, empurrar a taxa de desemprego mais para baixo e colocar os níveis de dívida pública e privada em trajetória sustentável de descida”.

“A questão é saber se isto é possível, precisamente tendo em conta a desalavancagem [redução dos níveis de dívida] que está a decorrer”, afirma Anthony Baert. “Mas pelo menos ao longo deste ano, as condições económicas externas benignas devem permitir a Portugal escapar à armadilha da dívida“, remata o economista, em nota enviada aos clientes do banco.

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