O antigo ministro da Saúde de Durão Barroso disse esta quarta-feira no Parlamento que quer que o Conselho Económico e Social sirva para firmar pactos sociais, defendendo que o caminho adoptado pela coligação para fazer frente à crise foi “certo”. Luís Filipe Pereira admitiu, no entanto, que “há uma diferença entre fazer coisas certas e fazer coisas bem”. O seu mandato durará seis meses e o seu nome será votado na sexta-feira pelos deputados.
Independência e cumprimento da lei são as promessas do candidato indicado pela maioria para a condução do CES nos próximos seis meses. O PS fez questão de relembrar o carácter temporário desta nomeação, depois de Silva Peneda ter saído para Bruxelas. “Temos indicação que será uma eleição com mandato encurtado e que nao tem como horizonte os grandes desafios que se colocam ao país”, referiu o deputado socialista Nuno Sá, referindo algumas das bandeiras socialistas para as próximas eleições como o aumento do salário mínimo ou a reposição das prestações sociais, antevendo que Luís Filipe Pereira não se manterá em funcões caso António Costa venha a ser primeiro-ministro.
O candidato, ouvido pelas Comissões do Trabalho e da Economia, referiu que tinha perfeita consciência que “existe um acordo entre partidos” e que “o mandato se esgotará com esta legislatura”. De qualquer forma, considerou o desafio de presidir ao CES “interessante” e por isso aceitou o convite, ao contrário de Manuela Ferreira Leite que declinou suceder a Silva Peneda.
Questionado pelo PCP sobre os seus pontos de vista sobre a austeridade implementada pela coligação, Luís Filipe Pereira disse que o caminho do Governo tinha sido acertado, embora diga não concordar com tudo o que foi feito. O economista e antigo ministro da Saúde defendeu que uma das áreas que ficou por concluir foi a das reformas estruturais, nomeadamente a reforma do Estado.