O ex-chefe de Estado, Jorge Sampaio, estará a torcer pelo Sporting. Já Marcelo Rebelo de Sousa vai gritar pelo Sporting de Braga. Ambos estarão esta tarde no Estádio Nacional à espera de comemorar a vitória na Taça de Portugal. Os dois, em entrevista à Federação Portuguesa e Futebol, contaram as memórias que têm das idas ao Jamor.

Jorge Sampaio recua quase 70 anos para recordar uma das primeiras memórias que guarda do Estádio Nacional. Tinha seis anos quando lá assistiu ao primeiro grande embate: Portugal – Inglaterra. Os ingleses ganharam por 10 a zero, num “jogo memorável”, e “eu ao três zero já estava a chorar”. Alguns anos mais tarde, Jorge Sampaio esteve também na célebre final de 1969, entre Benfica e Académica, em plena “crise académica”, tendo assistido a um momento de grande emoção, quando, ao intervalo, os estudantes de Coimbra, de capas negras vestidas, levantaram cartazes, pedindo mais direitos, mais ensino e Democracia.

De volta ao presente, Sampaio desdramatizou o momento. “Espero que ganhem, mas não façamos muita pressão”, chutou o ex-Presidente.

“Espero que ganhem porque há muito tempo que o Sporting não ganha uma taça de portugal e portanto já vai sendo tempo. Já nos faz falta uma vitória. Eu ficarei muito contente. Mas também não façamos disso um drama definitivo”, afirmou Sampaio, que não vê o seu clube levar a Taça de Portugal para casa há sete anos, acrescentando que o “campeonato continua para o ano e a taça também”.

Do outro lado do campo, o social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa, espera que seja a equipa minhota a vencer, embora não esteja tão confiante.

“Vamos lá ver se esta [final] é igual à de 66. Não acho muito provável, mas basta haver 25% de probabilidades para valer a pena, nem que fosse 1%”, antecipou Marcelo Rebelo de Sousa.

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Adepto fervoroso do Sporting de Braga, Marcelo Rebelo de Sousa contou, nesta entrevista à Federação Portuguesa de Futebol, que, em 1966, quando o Braga conquistou a Taça de Portugal – já lá vão 49 anos – tentou invadir o campo do Jamor. Foi uma vitória inesperada, com um golo de Perrichón a dar a vitória à equipa minhota, que levou uma série de adeptos a tentarem chegar ao relvado.

“Quando os entusiastas do Braga quiseram à força entrar no campo não conseguiram e lá levei uma marretadazinha patriótica, suave, doce para não entar no campo“, recorda, com um sorriso na cara, afirmando que, “em meados dos anos 50, ser-se do Braga era como ser de uma equipa de Estocolomo ou Oslo. Era tão longe, ninguém era do Braga”. Ninguém, menos Marcelo Rebelo de Sousa que acabou por se “apaixonar” e ficar “fanático” pelo clube de Braga.

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