O ministro da Economia espanhol, que tem a pasta das Finanças, Luis de Guindos, será candidato à presidência do Eurogrupo, o fórum de ministros das Finanças da zona euro. A informação foi avançada esta sexta-feira pela agência Reuters e pela agência espanhola Efe e confirmada por fonte ministerial espanhola.
Luis de Guindos, ministro que fez carreira na banca de investimento (foi diretor do Lehman Brothers em Espanha), irá enfrentar a concorrência do holandês Jeroen Dijsselbloem, que, ao contrário do que esperava Espanha, não só ficou até ao fim do mandato, no próximo mês de julho, como apresentou esta sexta-feria a sua candidatura a um segundo mandato.
Luis de Guindos recebeu o apoio da chanceler alemã, Angela Merkel, no verão de 2014, quando a Espanha esperava que Dijsselbloem deixasse antecipadamente a liderança do Eurogrupo. “A Espanha tem apoios entre os parceiros” europeus, disse a mesma fonte ministerial espanhola.
Em 2014, a Espanha pôs fim a cinco anos de recessão ou de estagnação com um crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto, mas a taxa de desemprego ainda está em 23,78%. Mesmo assim considera que obter a presidência do Eurogrupo será um reconhecimento “pelo esforço realizado pelo conjunto da sociedade espanhola” para sair da crise “e da mudança alcançada graças a reformas”, referiu a mesma fonte.
O mandato de Dijsselbloem termina a 21 de julho e as candidaturas, que terão de ser apresentadas até dia 16 de junho, serão depois discutida entre os membros do Eurogrupo. Jeroen Dijsselbloem tem demonstrado uma posição severa na gestão da crise grega, mas não foram esquecidos ainda os desaires na gestão da crise de Chipre, no início de 2013. Já de Guindos tem, a par de Maria Luís Albuquerque, sido um dos que mais tem exigido à Grécia no que diz respeito ao cumprimento das medidas acordadas.
Mas caso Luis de Guindos seja eleito presidente estará ainda dependente das eleições legislativas em Espanha, já que o líder do Eurogrupo tem de ser um ministro das Finanças em funções. O espanhol tem não só de se manter no governo como também de se manter na mesma pasta.
Atualizado às 17h30.