Ler um livro, imaginar e concretizar. Foi isso que bastou a Julie Deane para montar um negócio de malas com base nas populares aventuras do jovem feiticeiro Harry Potter.
Tudo começou em 2008, quando Julie Deane descobriu que a sua filha de 8 anos era vítima de abusos na escola. Ela e o seu marido tomaram a decisão de retirarem os seus filhos da escola pública. Como não encontraram outra escola pública na sua zona de residência, o casal colocou a filha Emily e o seu filho Max, de 6 anos, num colégio privado.
Deane, decidida a conseguir pagar o colégio privado dos filhos, decidiu pôr as mãos à obra e criou o seu próprio negócio. “Sou uma pessoa muito lógica e um rato de biblioteca, por isso fui logo para o meu computador e fiz uma lista das dez coisas que eu poderia fazer para pagar o colégio”, declarou Deane à BBC, que já tinha experiência laboral na contabilidade.
Fez um ranking de todas as suas ideias, considerando o potencial de crescimento, o investimento necessário e a facilidade de fazer dinheiro. Aquela que pareceu mais apelativa foi um negócio de bolsas escolares de coro, com um design clássico.
A ideia surgiu quando Deane estava a ler os livros de Harry Potter para ambos os filhos. Durante a leitura, uma descrição suscitou uma imagem mental de uma bolsa. Nesse momento, Deane quis comprar as bolsas que os jovens feiticeiros usavam. Procurou, procurou, mas não conseguiu encontrar o que procurava. Por isso, em 2008, investiu 1000 dólares e lançou uma empresa de malas. Produzindo, na sua cozinha, as malas que imaginara durante a leitura de Harry Potter.
The Cambridge Satchel Company, o fenómeno das bolsas que passam da cozinha para as fábricas
Deane cria então The Cambridge Satchel Company. Os primeiros dias do negócio foram conturbados, devido a problemas de logística. Mas bastou o site ser lançado para verificar que tinha centenas de pedidos.
“Não queria acreditar. Tudo graças a um artigo do jornal The Guardian, que sugeriu a minha mala numa lista de ideias para presentes de Natal”, disse Deane.
De 2011 para cá já têm uma fábrica no sul de Inglaterra e já expandiram o seu negócio para mochilas, carteiras e capas para o telemóvel.
O preço das malas varia entre 85 doláres e 350 doláres, dependendo da qualidade do couro e do tamanho da mala. O negócio já captou a atenção de inúmeros investidores: 21,5 milhões de dólares investidos.
Atualmente, o sucesso é evidente. Vendem bolsas em mais de cem países e são populares entre muitas celebridades, como Taylor Swift e o Príncipe William.