Leonardo Padura é o vencedor do Prémio Princesa das Astúrias de Letras. O escritor e jornalista cubano, crítico de Fidel Castro, notabilizou-se pelos romances e pela personagem Mario Conde.
“A sua obra é uma magnífica aventura de diálogo e liberdade”, escreveu o júri do prémio, ao qual houve 27 candidaturas, incluindo de Portugal. Philip Roth, Leonard Cohen e Günter Grass são alguns dos autores que já receberam o prémio, instituído em 1981 em Espanha e anteriormente conhecido como Prémio Príncipe das Astúrias.
Em Portugal estão disponíveis os livros Um Passado Perfeito, O Homem que Gostava de Cães e Hereges, este último publicado em fevereiro de 2015.
Nascido na capital cubana em 1955, Padura trabalhou sempre como jornalista, embora atualmente se descreva só como escritor. Continua a fazer jornalismo de forma muito ativa, e a ter um discurso livre. Desde 1995 que colabora com várias agências de notícias, incluindo a russa RIA Novosti, com a BBC, o diário espanhol El País e tem ainda uma coluna fixa no jornal brasileiro Folha de S. Paulo. Desde 17 de dezembro de 2014 que não lhe tem faltado trabalho, graças ao anúncio histórico por parte do presidente americano Barack Obama de que Estados Unidos e Cuba iriam retomar relações e terminar o embargo de quase 60 anos.
Em março, o escritor esteve em Portugal para participar no festival literário Correntes de Escrita. Em entrevista ao Observador, admitiu que, se o regime socialista cubano cair, há um livro interrompido na gaveta que vai poder finalmente escrever.
“Tem a ver com o momento em que a revolução triunfa em Cuba e como, para um grupo de pessoas, isto significa também uma revolução nas suas vidas. Revolução no sentido de dar uma volta completa, e o triunfo da revolução significou uma mudança total na vida de muitas pessoas. Tenho uma história de um grupo de amigos que estão reunidos a 31 de dezembro e 1 de janeiro [o ditador Fulgencio Batista foi deposto a 1 de janeiro de 1959] e cujas vidas mudam por completo. Quero escrevê-lo um dia”, disse.