O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, visitou o Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço, em Le Bourget, nos arredores de Paris, para falar sobre o “novo ciclo” da economia portuguesa aos investidores daquele setor.
No primeiro de dois dias de uma visita a feiras internacionais em França, Paulo Portas disse à Lusa que “estar aqui também é saber contar bem a história portuguesa deste novo ciclo [do país] aos investidores que podem escolher Portugal neste momento” e deu três exemplos de empresas presentes no salão e que estão a apostar em Portugal: a Embraer, a Mecachrome e a Altran.
“Dou-lhe três exemplos: a Embraer que vai fazer novos investimentos à volta de 150 milhões de euros nos centros que já tem no nosso país; a Mecachrome que tem uma candidatura na ordem das três dezenas de milhões de euros de investimento também em Portugal e a Altran que acaba de abrir em Lisboa o seu novo centro de pesquisa e desenvolvimento e que vai empregar mais 200 pessoas qualificadas nos próximos meses”, declarou à agência Lusa.
O vice-primeiro-ministro disse, ainda, que se deslocou ao certame por se tratar do “salão montra mundial da aeronáutica”, no qual estão presentes 15 empresas portuguesas, o que “prova a importância crescente que tem o cluster aeronáutico na nova economia portuguesa e no crescimento económico em Portugal”.
“Estão aqui presentes, com bons stands e com bom marketing, 15 empresas de um setor que já agrega cerca de 70 [empresas] no nosso país. Esse setor, que é o cluster aeronáutico, exporta mais de 500 milhões de euros por ano e emprega alguns milhares de pessoas”, afirmou, destacando que “há muitas pequenas e médias empresas que são altamente inovadoras com processos tecnológicos muito avançados e que prestam serviços a grandes companhias internacionais”.
Paulo Portas acrescentou que “a economia portuguesa é também cada vez mais feita de novos setores que têm clusters fortes”, apontando o “cluster aeronáutico” como um deles, o qual contribui para “as exportações e para a internacionalização da economia portuguesa”.
Questionado sobre o resultado do processo de privatização da TAP, Paulo Portas defendeu que a companhia aérea “tem uma dívida de 1092 milhões de euros e capitais próprios negativos de 512 milhões de euros”, explicando que “como a União Europeia impede os Estados de colocarem capital nas transportadoras aéreas, é evidente que tem de entrar capital privado” para “a viabilidade da TAP”.
Sobre a ameaça do PS de reverter o processo de privatização se chegar ao poder, Portas não se mostrou preocupado, lembrando que a sua “obrigação é oferecer segurança aos investidores” e destacando que não fala de assuntos domésticos quando está fora em representação do país.
O Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço arrancou hoje e vai decorrer até 21 de junho, contando com 2260 expositores oriundos de 47 países, incluindo de Portugal, como o grupo português Tekever, a OGMA-Indústria Aeronáutica de Portugal, a TAP Manutenção e Engenharia e várias outras empresas agrupadas pela Associação Portuguesa para a indústria aeroespacial.
Paulo Portas visitou a feira acompanhado pelo Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, e pelo Presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho.
Esta tarde, o vice-primeiro-ministro segue para Bordéus, onde amanhã vai visitar a Feira Vinexpo 2015, na qual estarão representadas cerca de 70 empresas portuguesas.