Os alunos do nono ano fervilham de ansiedade antes dos exames porque estão prestes a avançar para o ensino secundário. E os alunos do secundário sentem o peso da responsabilidade porque precisam de boas médias para entrarem no mundo universitário. Resultado: quase 260 mil estudantes ansiosos pelos 30% que valem os exames nacionais na nota final.

É algo natural: de acordo com a Organização Mundial de Saúde, por norma, as pessoas conseguem gerir a resposta emocional com sucesso e sem necessitar de auxílio. Na verdade, a ansiedade pode mesmo “ajudar a realizar melhor uma determinada tarefa”, como explica a psicóloga Isabel Serrano Pintado ao El Mundo. Acaba por motivar os estudantes e colocam-nos perante a responsabilidade que vão enfrentar.

Mas nem sempre a ansiedade é saudável e é por isso que ela pode ser racional ou irracional, de acordo com a Healthy Place. A primeira surge quando o estudante não tem hábitos de estudo e se confronta com a necessidade de os adquirir. A ansiedade irracional é típica de quem, apesar de ter hábitos de estudo adequados, deixa que o nervosismo diminua o rendimento escolar.

Normalmente os casos de ansiedade irracional surgem quando os estudantes sofrem um bloqueio durante o exame – chamado na gíria de “branca” – ou se têm uma imagem negativa dos professores ou colegas com quem partilham o espaço das aulas. Ou então medo: muitas vezes, os alunos carregam aos ombros a preocupação com as expectativas alheias ou com o futuro a médio/longo prazo, algo que também prejudica o êxito.

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No site da George Town University pode ler-se que a ansiedade se exprime em três níveis:

  • fisiológico – que se resume numa tensão corporal,
  • motor – que provoca hiperatividade e problemas alimentares, por exemplo –
  • e cognitivo — que prejudica a auto-estima e a concentração.

A ansiedade pode tornar-se um problema sério, mas antes de se alarmar, saiba que existem soluções.

A mais imediata diz respeito ao local de estudo: a comodidade e a segurança são fundamentais durante as épocas de exame, porque o desconforto pode prejudicar o rendimento das horas de estudo. Além disso, há que tomar as rédeas do próprio corpo: aprenda exercícios de relaxamento e não se esqueça de reservar algum tempo para descansar.

Mais uma dica: altere os pensamentos negativos e encontre expressões mais otimistas para os substituir. Ao El Mundo, a psicóloga Isabel Serrano explicou que “é bom que estejamos conscientes dos nossos pensamentos respeitantes à exigência que fazemos de nós mesmos”. Há que entender se é a nossa mente que está a trair o rendimento. Na prática, isto significa dizer “gostava de tirar um dezasseis neste exame” em vez de pensar “tenho de tirar dezasseis neste exame”.

Este exercício leva-nos para o último truque: confiar em nós mesmos. O trabalho que o estudante desenvolveu deve ser valorizado, mesmo que não tenha sido suficiente. E em vez de cobrir o acontecimento com desilusões, o segredo está em olhar para a frente e pensar em alternativas.