A Mansão Playboy é, desde a abertura em 1974, uma mítica utopia masculina: um lugar repleto de mulheres bonitas (e nuas), celebridades e liberdade sexual. Mas nem tudo é o que parece, diz-nos o mais recente relato de Holly Madison, ex-namorada nº1 de Hugh Hefner, criador da Playboy e guru da Mansão.
Madison explica como é ser uma das ex-namoradas de Hefner, e ex-residente da Mansão Playboy, no seu livro “Down The Rabbit Hole: Curious Adventuresand Cautionary Tales of a Former Playboy Bunny”. De rígidas regras, passando pelas drogas, até aos quartos decadentes são vários os aspetos que Madison descreve sobre a sua vida enquanto “coelhinha”.
Metaqualona e a primeira relação sexual
Segundo Madison, uma mulher torna-se coelhinha da Playboy quase por acidente. A jovem conheceu Hefner quando trabalhava no Hooters, cadeia de restaurantes americanos conhecido pelas atrevidas empregadas de mesa. Hefner prontamente ofereceu-lhe metaqualona, droga sedativa popularmente usada para violações, e uma noite de diversão. Nesse serão, Madison teve relações sexuais com o dono da Playboy, que tinha na altura 56 anos. “Durou tão pouco tempo que só me lembro de ter um corpo pesado em cima de mim”, garante Madison, comentando a fraca performance de Hefner.
Passado pouco tempo, Madison concordou em ir viver para a Mansão da Playboy. Na altura, a jovem considerou a situação divertida, diferente e picante. Um par de anos depois, Madison ascendeu a namorada nº 1 de Hefner, mas ponderava o suicídio. Sentia-se uma escrava sexual sufocada pelas regras.
A faceta de ditador de Hugh Hefner: “A minha casa, as minhas regras”
Para começar, as coelhinhas tinham de voltar a casa antes das 21h00. Madison desabafou que Hefner exigia que as coelhinhas só podiam madrugar em festas, fora da mansão, na sua companhia. Além disso, Hefner não deixava que as mulheres arranjassem trabalhos fora de casa e exigia-lhes que não contassem aos seus namorados a sua vida enquanto playmates de Hefner. Para o chefe da Mansão da Playboy, era necessário total silêncio em relação ao que se passava dentro da Mansão.
As coelhinhas recebiam mil euros, o seu ordenado semanal, às sextas-feiras. Mas, segundo Madison, Hefner sentia que o pagamento semanal lhe dava o poder de maltratar verbalmente cada uma das suas inquilinas, especialmente se tinham pouca libido. Jill Ann Spaulding, uma ex-coelhinha que também relatou a sua experiência no seu livro “Upstairs”, explica que Hefner era muito claro em relação às suas preferências: para ascender a namorada número um era necessário praticar sexo oral sem proteção.
A Mansão também não estava em condições: os móveis estavam em mau estado e os cães de Hefner tinham o hábito de deixar fezes nos tapetes da casa, que não eram prontamente limpas.
As preferências de Hefner
Madison encontra uma tendência nos recrutamentos feitos por Hefner: mulheres bonitas muito jovens, desorientadas e vulneráveis, de origem rural.
“Sempre fiquei muito nervosa com a fascinação de Hefner por mulheres extremamente jovens”, desabafou Madisson, que especifica como raramente uma coelhinha ultrapassa os 28 anos. “Era infernal o ambiente competitivo” das mais velhas para com as mais novas, das preferidas de Hefner para com as outras pretendentes.
Hugh Hefner já veio reclamar, alegando que as afirmações das ex-coelhinhas são tentativas para “se manterem na ribalta”. Mas Madisson é clara: “Não me trataram bem. Acabo por ter medo dessa gente. Não devo nada ao Hefner”.