“Passaram três mil dias desde que deixamos a Terra. Agora estamos quase lá, a três mil milhões de milhas de casa”. É assim que começa o vídeo que celebra a iminência da missão New Horizons: chegar ao ponto mais próximo de Plutão, a maior distância da Terra que o Homem já conseguiu explorar no sistema solar. A data marcada no calendário da NASA é 14 de julho.
O filme (de menos de três minutos) criado por Erike Wernquiste e pela National Space Society exalta o acontecimento, evocando o historial da exploração espacial do sistema solar desde a década de sessenta.
Tudo começou em Vénus, em 1962. Depois, há cinquenta anos (1965), já estávamos a olhar de perto para Marte e ao fim de oito (1973) Júpiter entrou na lista de planetas alcançados pelo Homem. Seguiu-se Mercúrio no ano da liberdade portuguesa (1974) e Saturno, meia década mais tarde (1979). Fomos a Urano em 1986 e ao irmão Neptuno dois anos depois (1988). Agora o destino é Plutão.
No próximo mês, a missão não tripulada da National Aeronautics and Space Administration (NASA) vai levar uma sonda a (apenas) 6200 milhas do planeta anão, que saiu da lista de planetas oficiais em agosto de 2006. Por enquanto, Alan Stern, responsável pela missão, vai mostrando as imagens mais detalhadas que alguma vez tivemos de Plutão, descoberto há 85 anos. Esta foi lançada esta terça-feira e é, pela primeira vez, (um pouco) colorida.
Ainda não passa de pontos de luz, mas em breve vamos poder olhar de perto para o corpo celeste com 2300 quilómetros de diâmetro e com uma massa equivalente a apenas 0,2% da Terra.
A órbita de Plutão é muito peculiar – é o planeta mais distante do Sol, mas a certa altura passa entre Urano e Neptuno e torna este último no planeta mais afastado da nossa estrela – foi um dos argumentos utilizados pelos cientistas para desclassificar o corpo celeste e torná-lo um planeta anão. O outro argumento foi o tamanho e massa muito reduzidos.
Em 1978, os astrónomos descobriram a única lua de Plutão, a que chamaram Caronte. Esta lua tem um diâmetro de menos 800 quilómetros que o planeta anão. Foi batizada com o nome do barqueiro de Hades, que na mitologia grega leva as almas dos recém-mortos ao limite do mundo terreno – os rios Estige e Aqueronte. “Plutão”, por sua vez, é o rei dos mortos na mitologia romana.