Os manifestantes vão concentrar-se às 10h locais na Avenue Georges Mandel, em frente a uma das agências do banco [atualmente Novo Banco], e vão fazer uma marcha de cerca de dois quilómetros até à embaixada de Portugal, na Rue de Noisiel, no décimo sexto bairro da capital francesa.

De acordo com o comunicado enviado à agência Lusa e assinado pelo “Movimento Emigrantes Lesados do BES/NOVO BANCO, “as palavras de ordem” do protesto vão ser: “Emigrantes lesados, não vamos ficar calados”.

“Este dinheiro, que os emigrantes (pedreiros, obreiros, senhoras de limpeza) colocaram no BES, foi fruto de muito suor, sacrifícios e privações. Não podemos tolerar que nos tratem desta maneira e nos fiquem com o nosso dinheiro. Está em jogo a defesa de valores como o trabalho, o mérito, o sacrifício, a dignidade, o respeito do emigrante, o respeito do cliente”, lê-se no comunicado.

Os emigrantes Lesados do BES explicam que se vão manifestar porque dizem ter sido “enganados no momento da abertura das contas” , escrevendo que lhes foi “prometido um depósito a prazo com juros na maturidade” e que “esse produto foi transformado em ‘acções preferenciais’, com “nomes enganadores” como Poupança Plus, Euro Aforro, Top Renda, EG Premium.

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O movimento organizador do protesto escreve que face à notícia avançada pela agência Lusa, a 21 de abril – que mencionava que o Novo Banco já tem uma solução para os emigrantes – foi pedida “uma resposta por escrito urgente por causa da manifestação”, mas “até agora, ainda não chegou nenhuma resposta”.

Fonte do banco reiterou esta sexta-feira à agência Lusa que há uma solução comercial para as aplicações dos clientes emigrantes que “já foi aprovada pelo Banco de Portugal” e que “há efetivamente desenvolvimentos nesta questão dos emigrantes”, mas não comentou a carta escrita pelo Movimento dos Emigrantes Lesados.

A mesma fonte explicou que “há cerca de três semanas”, foi entregue “um mandato ao Crédit Suisse que vai permitir que banco suíço possa desmontar os veículos financeiros que agregam as aplicações subscritas pelos clientes emigrantes do antigo BES”, recordando que “foi o Credit Suisse, a pedido do antigo BES, que montou estes veículos financeiros”.

“Só após a concretização deste processo, que passa pela desmontagem destes veículos financeiros, é que o Novo Banco estará apto a apresentar a solução comercial aos seus clientes. Esta solução comercial já foi aprovada pelo Banco de Portugal”, explicou.