Há uma portuguesa entre as vítimas mortais do atentado na Tunísia. Maria da Glória Moreira tinha 76 anos e, pela primeira vez, viajava sozinha. O destino de eleição, Sousse, na Tunísia, tinha uma razão de ser: foi lá que, tantas vezes, passara férias com o marido, antes de ficar viúva há dois anos. A ex-professora foi uma das 38 pessoas que morreram esta sexta-feira, 26 de junho, vítimas de um atentado terrorista já reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico.

“Estava reformada, vivia na zona do Porto e viajou sozinha para a Tunísia”, garantiu ao Observador o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que já confirmou oficialmente a morte da única portuguesa na sequência do ataque (e cuja identidade foi avançada pela SIC).

Maria da Glória estava hospedada no hotel Riu Imperial Marhaba — era a única portuguesa alojada naquela unidade hoteleira. Chegou na segunda-feira e morreu ao quinto dia de férias. Em declarações à SIC, o genro da vítima contou que, ao viajar sozinha, Maria da Glória estava a retomar a sua vida e que foram as memórias felizes que a fizeram voltar ao local.

O genro contou ainda que a família entrou em contacto com a portuguesa logo no primeiro dia em que ela chegou ao resort tunisino. Nada fazia prever o que estaria para a acontecer, com a ex-professora a fazer amigos no hotel e a mostrar entusiasmo por ali estar. Ocorrido e noticiado o tiroteio, a família começou a estranhar quando não a conseguiu contactar.

Maria da Glória morreu na sexta-feira, depois de um estudante universitário de 23 anos ter disparado vários tiros de metralhadora sobre turistas estrangeiros, que apanhavam banhos de sol na praia. A portuguesa foi transportada para o Hospital Charles-Nicolle, em Tunes, local onde se realizou a autópsia esta manhã.

Entre as restantes vítimas (o atirador incluído, entretanto abatido pelas forças de segurança) estão muitos britânicos, mas também alemães, belgas e franceses.

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