Os cinco interessados no Novo Banco têm até esta terça-feira, às 17 horas, para entregar as ofertas vinculativas à compra da instituição. Mas, segundo o Jornal de Negócios, estas podem não ser as ofertas definitivas porque o Banco de Portugal admite recorrer a um leilão final para tentar desempatar ofertas e obter um preço de venda mais elevado.
Segundo o jornal, os interessados já foram avisados pelo Banco de Portugal de que poderão ser convidados a entregar best and final offers (as suas ofertas melhores e definitivas). A decisão de avançar, ou não, com este mecanismo, só será tomada depois de o Banco de Portugal analisar as propostas vinculativas que serão entregues esta terça-feira.
A 17 de abril, o supervisor bancário anunciou ter selecionado cinco das sete entidades que tinham participado na segunda fase do processo de venda do Novo Banco, impondo o dia de hoje (30 de junho) como a data limite para a apresentação de ofertas vinculativas.
Na primeira fase deste processo participaram 17 entidades, tendo sido 15 avalizadas pelo Banco de Portugal para passar à segunda fase, ainda que apenas sete tenham formalizado esse interesse e apenas cinco tenham sido escolhidas pelo supervisor bancário para o efeito.
No início deste mês, o Financial Times escreveu que os favoritos a adquirir o Novo Banco são os chineses da Fosun ou da Anbang, os únicos que estão dispostos a pagar mais de 4,0 mil milhões de euros pela instituição financeira.
Para além dos chineses, estão também na corrida à compra do Novo Banco, diz o FT, os espanhóis do Santander e os fundos norte-americanos Apollo e Cerberus, que passaram os últimos dois meses e meio na fase de due dilligence, ou seja, em contacto com o banco para conhecer a sua situação financeira, patrimonial e outros.
A “atratividade da oferta financeira”, leia-se, o melhor preço, é o principal critério de escolha entre as propostas que forem apresentadas para a compra da instituição agora liderada por Eduardo Stock da Cunha.
O segundo critério mais valorizado para a escolha do comprador será a sua disponibilidade para comprar a totalidade dos ativos colocados à venda, seguindo-se-lhe os planos estratégicos e de desenvolvimento apresentados para o Novo Banco, e o impacto geral da operação na concorrência e estabilidade do setor em Portugal.
A 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.