A fórmula é conhecida e tem sido aplicada repetidas vezes nos últimos anos: quando um mercado se apresenta envelhecido e decadente as autarquias responsáveis têm optado pela renovação do espaço e pela concessão de uma zona de restauração que funcione como polo de atração de novos clientes. Foi assim nos mercados lisboetas de Campo de Ourique e da Ribeira, foi assim no Bom Sucesso, no Porto, no Mercado da Vila, em Cascais, e é assim agora, desde a última quarta-feira, no novo Mercado de Algés.
(Já agora, a fórmula está também a ser aplicada em Carcavelos, se bem que numa dimensão diferente, chegará em breve ao Mercado de Arroios, em Lisboa, e é possível que no futuro se estenda a mais pontos do país)
Este novo espaço, concessionado à empresa Naipe d’Emoções, é, em grande parte, semelhante aos seus antecessores de conceito. Ainda assim há seis fatores a ter em conta antes de o visitar:
1. A restauração tem oferta para todos os gostos
Tal como nos casos já referidos, aqui também se optou pela variedade de cozinhas e conceitos. E se alguns dos espaços são repetentes na presença em food court, como o Mister Pig, a Weeel ou o Atalho (que aqui se divide em Atalho do Mercado, especializado em diversos cortes de carne, e o Atalho Burger House, dedicado aos hambúrgueres) outros há que se estreiam completamente: casos do Sushic, o concorrido restaurante japonês de Almada, que pela primeira vez abre um espaço a norte do Tejo, do Walkamole, cujos burritos são presença habitual em festivais de street food, ou do Peixe Ó Balcão, um projeto do chef escalabitano Rodrigo Castelo, que pretende, diz o próprio, celebrar o peixe nacional. Eis a lista completa de espaços:
- Peixe Ó Balcão
- Chicken All Around
- Atalho do Mercado
- Atalho Burguer House
- Sushic
- Walkamole
- Weeel
- Artisani
- O Mercado dos Bolos
- NaTábua
- A Banca do Petisco
- Pizza ao quadrado
- Mister Pig
2. As bebidas pedem-se à parte
Tal como acontece no Mercado de Campo de Ourique, as bebidas pedem-se numa zona específica. Este sistema tem provocado algumas filas (principalmente no horário de ponta das refeições) durante os dois primeiros dias de vida do espaço. É suposto haver serviço de mesa para o efeito mas segundo relatos de quem já visitou o mercado esse serviço ainda não estará a funcionar.
3. Há um palco em formato mezzanine
Apesar de ainda não ter sido anunciada programação cultural para o novo espaço, este inclui um palco (bem generoso, por sinal), instalado numa espécie de plataforma elevada sobre toda a zona de restauração.
4. A venda tradicional está numa zona contígua
Um dos desafios deste tipo de projetos é a forma como se conseguem integrar as bancas de comércio tradicional com os novos atrativos do mercado. Neste campo, Algés está mais próximo de Campo de Ourique: a zona de venda de produtos é contígua ao food court, permitindo facilmente a circulação entre uma área e a outra. Segundo os responsáveis pelo mercado, foram mantidos todos os comerciantes tradicionais e foi lhes dada a opção de acompanhar o horário alargado de abertura da área concessionada para restauração, completa ou parcialmente, ou de manter o seu horário atual.
5. À primeira vista parece mais pequeno que os seus congéneres. Será que é?
Visto de fora, o mercado parece mais pequeno que todos os outros que foram alvo de uma reabilitação semelhante. Mas em termos de lotação máxima, o novo Mercado de Algés está mais próximo da Ribeira do que de Campo de Ourique. Isto porque apesar de o interior comportar apenas 240 lugares sentados — o mesmo que no Mercado de Campo de Ourique — as duas esplanadas existentes dobram essa capacidade. Assim, no total podem comer ali ao mesmo tempo quase meio milhar de pessoas.
6. A zona adjacente foi tornada pedonal
Algés não ganhou apenas um mercado renovado. A obra veio mexer também com as zonas envolventes do espaço. No troço adjacente, a Rua Ernesto da Silva, a circulação automóvel foi desviada para se criar uma zona pedonal de lazer, por onde se pode aceder diretamente a uma das zonas de esplanada do Mercado.
Nome: Mercado de Algés
Morada: Rua Luís de Camões (Algés), Oeiras
Telefone: 21 596 8019
Horário: Todos os dias, das 10h às 23h. Sexta e sábado fecha à 01h.