A fórmula é conhecida e tem sido aplicada repetidas vezes nos últimos anos: quando um mercado se apresenta envelhecido e decadente as autarquias responsáveis têm optado pela renovação do espaço e pela concessão de uma zona de restauração que funcione como polo de atração de novos clientes. Foi assim nos mercados lisboetas de Campo de Ourique e da Ribeira, foi assim no Bom Sucesso, no Porto, no Mercado da Vila, em Cascais, e é assim agora, desde a última quarta-feira, no novo Mercado de Algés.

Mercado de Algés TP429

A entrada principal do novo espaço. (foto: © Tiago Pais / Observador)

(Já agora, a fórmula está também a ser aplicada em Carcavelos, se bem que numa dimensão diferente, chegará em breve ao Mercado de Arroios, em Lisboa, e é possível que no futuro se estenda a mais pontos do país)

Este novo espaço, concessionado à empresa Naipe d’Emoções, é, em grande parte, semelhante aos seus antecessores de conceito. Ainda assim há seis fatores a ter em conta antes de o visitar:

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

1. A restauração tem oferta para todos os gostos

Tal como nos casos já referidos, aqui também se optou pela variedade de cozinhas e conceitos. E se alguns dos espaços são repetentes na presença em food court, como o Mister Pig, a Weeel ou o Atalho (que aqui se divide em Atalho do Mercado, especializado em diversos cortes de carne, e o Atalho Burger House, dedicado aos hambúrgueres) outros há que se estreiam completamente: casos do Sushic, o concorrido restaurante japonês de Almada, que pela primeira vez abre um espaço a norte do Tejo, do Walkamole, cujos burritos são presença habitual em festivais de street food, ou do Peixe Ó Balcão, um projeto do chef escalabitano Rodrigo Castelo, que pretende, diz o próprio, celebrar o peixe nacional. Eis a lista completa de espaços:

  • Peixe Ó Balcão
  • Chicken All Around
  • Atalho do Mercado
  • Atalho Burguer House
  • Sushic
  • Walkamole
  • Weeel
  • Artisani
  • O Mercado dos Bolos
  • NaTábua
  • A Banca do Petisco
  • Pizza ao quadrado
  • Mister Pig
Mercado de Algés TP404

A carne, ou parte dela, do Atalho do Mercado. (foto: © Tiago Pais / Observador)

2. As bebidas pedem-se à parte

Tal como acontece no Mercado de Campo de Ourique, as bebidas pedem-se numa zona específica. Este sistema tem provocado algumas filas (principalmente no horário de ponta das refeições) durante os dois primeiros dias de vida do espaço. É suposto haver serviço de mesa para o efeito mas segundo relatos de quem já visitou o mercado esse serviço ainda não estará a funcionar.

3. Há um palco em formato mezzanine

Apesar de ainda não ter sido anunciada programação cultural para o novo espaço, este inclui um palco (bem generoso, por sinal), instalado numa espécie de plataforma elevada sobre toda a zona de restauração.

Mercado de Algés TP411

Além do palco elevado, o espaço também está apetrechado com várias televisões, o que pode dar jeito em dias de jogo. (foto: @ Tiago Pais / Observador)

4. A venda tradicional está numa zona contígua

Um dos desafios deste tipo de projetos é a forma como se conseguem integrar as bancas de comércio tradicional com os novos atrativos do mercado. Neste campo, Algés está mais próximo de Campo de Ourique: a zona de venda de produtos é contígua ao food court, permitindo facilmente a circulação entre uma área e a outra. Segundo os responsáveis pelo mercado, foram mantidos todos os comerciantes tradicionais e foi lhes dada a opção de acompanhar o horário alargado de abertura da área concessionada para restauração, completa ou parcialmente, ou de manter o seu horário atual.

5. À primeira vista parece mais pequeno que os seus congéneres. Será que é?

Visto de fora, o mercado parece mais pequeno que todos os outros que foram alvo de uma reabilitação semelhante. Mas em termos de lotação máxima, o novo Mercado de Algés está mais próximo da Ribeira do que de Campo de Ourique. Isto porque apesar de o interior comportar apenas 240 lugares sentados — o mesmo que no Mercado de Campo de Ourique — as duas esplanadas existentes dobram essa capacidade. Assim, no total podem comer ali ao mesmo tempo quase meio milhar de pessoas.

Mercado de Algés TP425

Uma das esplanadas interiores do Mercado, que fica junto à nova zona pedonal construída em seu redor. (foto: © Tiago Pais / Observador)

6. A zona adjacente foi tornada pedonal

Algés não ganhou apenas um mercado renovado. A obra veio mexer também com as zonas envolventes do espaço. No troço adjacente, a Rua Ernesto da Silva, a circulação automóvel foi desviada para se criar uma zona pedonal de lazer, por onde se pode aceder diretamente a uma das zonas de esplanada do Mercado.

Nome: Mercado de Algés
Morada: Rua Luís de Camões (Algés), Oeiras
Telefone: 21 596 8019
Horário: Todos os dias, das 10h às 23h. Sexta e sábado fecha à 01h.