O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, disse hoje à agência Lusa que vai abandonar a política no final da legislatura e regressar à carreira académica no estrangeiro.
“Por razões contratuais e também da natureza de uma carreira académica internacional, não era compatível continuar na política agora”, disse Miguel Poiares Maduro, reafirmando que sempre disse que pretendia ter uma carreira profissional independente da política. “Não regressar [à universidade] seria, de facto, abandonar a minha carreira académica internacional. Isso inverteria a relação que quero ter entre a política e a minha carreira profissional e que, aliás, sempre afirmei em inúmeras ocasiões”, adiantou.
“Não quero que a política se transforme na minha carreira nem que a minha carreira profissional passe a estar dependente da política ou resultar do que fizer nesta”, sustentou Poiares Maduro, que tomou posse como ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional em abril de 2013 e assume a coordenação política do Governo. O ministro defende ainda que “todos” devem estar disponíveis para funções públicas e participar politicamente no país: “O mesmo se passa e passará sempre comigo. Mas valorizamos mais a política e essas funções públicas quando temos uma carreira profissional totalmente independente da política e foi isso que quis preservar”, explicou.
Poiares Maduro frisa, por outro lado, que irá apoiar “fortemente” a coligação PSD/CDS-PP e o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho: “desde logo, espero participar ativamente na próxima campanha eleitoral [das legislativas] ao lado dos candidatos da coligação do meu partido [PSD]”, em particular em Coimbra, região de onde é natural.
Já sobre um manifesto subscrito pelos cinco autarcas do PSD do distrito de Coimbra (Mira, Penela, Pampilhosa da Serra, Arganil e Cantanhede) em que estes defendiam a sua candidatura a deputado por aquele círculo eleitoral e lamentavam que “por motivos profissionais” Poiares Maduro não tenha aceitado o desafio, o ministro mostrou-se “muito sensibilizado”. “A questão de poder ser ou não candidato a deputado não se chegou a colocar, uma vez que, infelizmente, a minha vida profissional não o permite. E nem eu colocaria a hipótese de ser candidato sabendo que não poderia exercer o cargo, nem o partido pretenderia tal coisa, igualmente”, frisou.