Antes de ir de férias, António Costa falou pela primeira vez da polémica dos cartazes da campanha — nos quais figuravam várias pessoas que não correspondiam às histórias contadas nem tinham autorizado o uso das fotos, como o Observador revelou –, pedindo desculpa e dizendo que se tratou de “um caso lamentável” nascido de uma “sucessão de equívocos”.
Numa antevisão à entrevista completa que sairá na Visão esta quinta-feira, o site da revista divulga excertos da conversa com António Costa que além de se desculpar sobre os cartazes, diz que não se deixa abater pelas sondagens pois as sondagens no dia-a-dia, na rua, é que lhe dão mais confiança. É lá, diz, que o que mais ouve é “corra com eles”. Costa garante ainda que a estratégia do PS “nunca seria a estratégia do Syriza”.
Alguns dos temas abordados:
Cartazes
“Tratou-se de uma sucessão de equívocos, um caso lamentável e, por isso, pedimos desculpa”
Caso Sócrates
“Não vou fazer comentários sobre o dr. Passos Coelho [sobre as dívidas à Segurança Social], nem sobre os processos que envolvem o nº2 do PSD [Marco António Costa]. E portanto também não os farei sobre o caso Sócrates”
Presidenciais
“Nesta altura já há um candidato assumido e próximo da família socialista… Que é o prof. Sampaio da Nóvoa, uma pessoa pela qual tenho muita estima. E não o revejo na caricatura esquerdista com que tem sido apresentado. A sua participação em iniciativas do PS não se limita ao discurso proferido no último congresso. Já participara em iniciativas de António José Seguro e de José Sócrates”.
Sobre a hipótese de Maria de Belém se candidatar, diz: “O PS orgulha-se muito da sua pluralidade e tem tido, em matéria de presidenciais, uma história de liberdade: já apoiou um candidato contra a vontade do líder, que se autossuspendeu durante a campanha [apoio a Ramalho Eanes, em 1981, com o desacordo de Mário Soares], já teve dois candidatos ambos militantes [Mário Soares e Manuel Alegre em 2006], etc. E acho incompreensível que numa eleição por natureza proposta por cidadãos e que apela aos princípios da cidadania se defenda que só têm direito a candidatar-se os nascidos e criados nas estruturas partidárias… quando a Presidência da República deve ser, por excelência, o espaço da cidadania”.
Novo Ministério
“Admito que no atual momento europeu, Portugal deva ter um membro do Governo exclusivamente dedicado aos assuntos europeus com estatuto superior a secretário de Estado”
Bloco Central
“O maior anseio que os portugueses têm hoje é o de se verem livres deste Governo e destas políticas. O que eu mais oiço na rua é: “Corra com eles!”. E nós temos de respeitar o mandato do eleitorado. Quem vota no PS é para mudar de governo e também de políticas. Ora, para isso, não faz sentido ficar dependente dos que querem as mesmas políticas”