António Horta Osório, presidente do Lloyds Bank, defendeu ontem à noite na abertura da Universidade de Verão do PSD que Portugal deve continuar a fazer reformas estruturais para crescer “a prazo”, sublinhando ainda que o país deve continuar a controlar a dívida.

“Portugal fez reformas muito significativas desde a crise, ao nível da saúde, ao nível da administração pública e a nível fiscal, mas temos que continuar a fazer mais reformas estruturais, que levam tempo para continuar a melhorar a nossa competitividade, que levará ao aumento do nível de vida a prazo”, disse.

Horta Osório falava perante uma plateia de jovens sociais-democratas, a quem passou a mensagem de que Portugal não pode ficar parado no caminho das reformas estruturais. “Isso significa mais reformas a nível de aumento da concorrência e de defesa das autoridades da concorrência, baixar a fatura energética e melhorar, por exemplo, a formação ao nível das empresas e dos jovens”, defendeu, durante o primeiro jantar conferência da Universidade de Verão do PSD, que arrancou na segunda-feira em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre.

“Só as reformas estruturais, conjugadas com o continuarmos a viver dentro das nossas posses, é que poderão levar a um crescimento significativo a prazo do nível de vida das populações”, disse.

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Para o presidente do Lloyds Bank, o país tem que continuar a controlar a dívida e a melhorar a sua produtividade e competitividade, estimulando a concorrência, “baixando o peso do Estado”, libertando espaço para baixar os impostos e estimular a iniciativa privada, com reformas. “Esse é o caminho para uma maior prosperidade”, afirmou.

Marco António aponta dedo ao PS

Antes, o vice-presidente e porta-voz do PSD, Marco António Costa, tinha apontado baterias ao PS, acusando o partido da oposição de estar “mergulhado” numa “crise de confiança” interna desde 2014, e de ter dificuldade em “acertar o passo” com a realidade e o país.

“Temos o mesmo PS, mais uma vez, mergulhado num processo interno de falta de confiança no futuro e embrulhado num conjunto de episódios que fazem com que se instale, de forma crescente, uma dúvida metódica no PS sobre se, as mudanças que realizaram no verão passado, eram as mudanças necessárias para o caminho que desejavam trilhar”, disse.

“Isto é, tal como em 2014, em 2015 temos um PS que não é fator nem de confiança, nem de estabilidade, é um PS que tal como em 2014 vive instável e preocupado com o seu próprio futuro”, acrescentou Marco António Costa, que falava na sessão de abertura da Universidade de Verão do PSD, a decorrer em Castelo de Vide até domingo.

Segundo o vice-presidente do PSD, os socialistas têm tido dificuldade em “acertar o passo” com a realidade e, acima de tudo, com o país.

“Há uma crise de confiança interna não gerada pela ação política da maioria, mas gerada pelos erros estratégicos permanentes que têm sido cometidos pelos responsáveis máximos desse mesmo partido. Numa palavra, o PS tem tido dificuldade em acertar o passo com a realidade e, acima de tudo com Portugal”, afirmou.

Marco António Costa defendeu que a “agenda positiva” para Portugal está na Coligação Portugal à Frente e que a “agenda negativa, pessimista e derrotista e muito eleitoralista”, está no maior partido da oposição.

O vice-presidente do PSD recordou durante a sua intervenção as medidas que o Governo desenvolveu para retirar ao longo dos últimos quatro anos o país da crise, sublinhando que a Coligação Portugal à Frente está preparada para governar no futuro.

“Se fomos capazes neste quatro anos de trabalho repor a confiança, recuperar a economia e fazê-la crescer, recuperar o emprego, preparar o futuro em tempos de adversidade e de grandes constrangimentos económicos, seremos então capazes de fazer Portugal poder mais no futuro”, disse.