Os combustíveis simples representam cerca de 86% dos volumes vendidos nas redes das principais petrolíferas, de acordo com um levantamento ao impacto da lei que obriga a oferecer produtos low-cost em todos os postos.
Os dados avançados pela Entidade Nacional do Mercado de Combustíveis (ENMC) ao Observador são referentes sobretudo a maio, embora já com alguma informação de junho. E, segundo estes números, os combustíveis aditivados, mais caros, responderam por cerca de 14% das quantidades vendidas. A legislação low cost entrou em vigor em abril, mas em algumas petrolíferas os produtos simples acabaram por substituir os antigos combustíveis normais, o que ajuda a explicar a rápida adesão.
Os produtos com aditivos tiveram uma quota global de 13% no gasóleo e de 15% na gasolina, no entanto, o peso por empresa varia muito em função da política comercial adoptada. A quota dos combustíveis aditivados é tanto maior, quanto menor for o valor a mais cobrado em relação ao produto simples. As diferenças entre os preços podem variar entre os 2 e os 8 cêntimos por litro.
A quota global dos produtos low cost no mercado é ainda mais significativa se considerarmos que as principais petrolíferas representam pouco menos de 70% do mercado. Os outros 30% estão nas mãos das empresas de distribuição cuja oferta se limita, quase sempre, a combustíveis simples. Por outro lado, tem crescido o número de postos low cost de empresas independentes. Nestes dois segmentos, a diferença para os preços aditivados é, em regra, mais significativa do que nas redes das petrolíferas.
Em tese, os combustíveis com aditivo têm mais qualidade e permitem uma melhor performance do automóvel, mas a legislação low cost veio introduzir um padrão mínimo de qualidade nos chamados produtos simples que é controlado pela ENMC.
A ENMC irá divulgar em breve a estimativa de ganhos para o consumidor que resulta da escolha de produtos simples face aos combustíveis aditivados. Não obstante estes ganhos, o boletim mensal de julho sobre o mercado de combustíveis revela que a margem bruta das petrolíferas no preço médio de venda do gasóleo subiu nos últimos meses. O diesel é o combustível mais consumido em Portugal.