A 20 dias das eleições parlamentares na Catalunha que estão a ser vistas como um referendo à independência da região, uma sondagem do El Mundo mostra que, apesar de haver mais pessoas contra do que a favor da secessão catalã, os partidos que defendem a independência têm ao seu alcance uma maioria parlamentar que poderá ser usada para avançar com esse processo.
Uma sondagem da Sigma Dos para o El Mundo, publicada esta segunda-feira, revela que 46,2% dos inquiridos estão contra a independência catalã, contra 44,4% que veem essa possibilidade com bons olhos. Trata-se de um resultado muito equilibrado mas que mostra, contudo, que a secessão não é a opção preferida da maioria dos catalães.
No que diz respeito às intenções de voto, contudo, a sondagem revela que os partidos que defendem a independência poderão formar uma maioria parlamentar. O bloco Junts pel Sí, liderado pelo atual presidente da Generalitat catalá, Artur Mas, poderá receber 39,4%, o que lhe garantiria entre 62 e 65 dos assentos parlamentares nas eleições de 27 de setembro.
Não seria suficiente para a maioria, mas Artur Mas pode tentar obter o apoio da coligação CUP que, segundo esta sondagem, pode obter 6,7% dos votos (8 a 9 lugares). Artur Mas poderia, assim, liderar um governo de coligação apoiado em, pelo menos, 70 deputados. Bastam 68 deputados para conseguir uma maioria.
Artur Mas defende abertamente que a Catalunha negoceie um processo de independência, dizendo que estas eleições são “as mais importantes da História da Catalunha”. Mas, ainda que Mas possa vir a liderar um governo regional adepto desta possibilidade, os analistas dizem, olhando para esta sondagem, que continuaria a faltar-lhe legitimidade para tornar a Catalunha um Estado independente de Espanha. É que mesmo com uma coligação com a CUP, Artur Mas ficaria abaixo dos 50% e todas as sondagens dizem que, quando questionados diretamente, menos de metade dos catalães defende a independência.