O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, responsabilizou hoje em Peniche os últimos governos PSD e PS pela falta de sardinha na costa portuguesa, depois de almoçar uma caldeirada em que faltou a sardinha.
“Aconteceu alguma calamidade ou algum castigo divino para que hoje vejamos as nossas pescas a definhar e a indústria a desaparecer”, questionou Jerónimo de Sousa, para logo responder que “não foi nenhuma calamidade nem nenhum castigo divino”, mas antes “responsabilidade de governos sucessivos ao longo dos últimos anos”.
Para o secretário-geral do PCP, a adesão à União Europeia veio “destruir o aparelho produtivo e as nossas pescas”, em vez de ter trazido “paletes de dinheiro” ao país.
O líder comunista acusou o atual Governo e a ministra da Agricultura e do Mar de terem uma “posição de vassalagem” perante as instâncias internacionais na aceitação da quota de sardinha atribuída a Portugal.
Jerónimo de Sousa alertou para as “consequências sociais e económicas brutais” que a proibição da pesca da sardinha “pode ter” para o país.
Em Peniche, “a indústria conserveira precisa de 30 mil toneladas e sem matéria-prima vai ficar em grandes dificuldades”, exemplificou.
Jerónimo de Sousa falava durante um almoço com pescadores e simpatizantes comunistas, em Peniche, depois de visitar o Edifício de Investigação da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar, pertencente ao Instituto Politécnico de Leiria, e os Estaleiros Navais de Peniche.