Os republicanos falharam esta sexta-feira no Senado a tentativa de bloqueio do acordo alcançado pelo Presidente Barack Obama com o Irão sobre o programa nuclear, que remove qualquer incerteza sobre a viabilidade do pacto.
Durante uma votação processual na câmara alta do Congresso americano, 58 senadores votaram contra o acordo e 42 pronunciaram-se a favor, mas o Presidente dos Estados Unidos acabou por ver aprovado o pacto porque, para sobreviver a uma “resolução de desaprovação”, seriam necessários 60 votos contra.
Caso fossem ultrapassados os 60 votos contra, Barack Obama teria de continuar com as sanções dos Estados Unidos contra o Irão.
Todos os senadores democratas, com a exceção de quatro, votaram para apoiar a iniciativa diplomática de Barack Obama, que agora tem o caminho livre para implementar a sua parte do acordo assinado a 14 de julho em Viena pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia), a Alemanha e o Irão.
O Congresso tinha até 17 de setembro para dar o seu parecer sobre o acordo nuclear. Os republicanos não conseguiram convencer os senadores democratas suficientes para alcançar a maioria de dois terços, necessária para superar um veto presidencial e parar o acordo nuclear.
“A comunidade internacional pode começar a implementar o acordo”, disse Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca.
Apesar desta derrota, os republicanos estão a planear adotar várias medidas na Câmara dos Representantes, embora sem efeito para rejeitar o acordo.
Os republicanos acusam Barack Obama de não cumprir com as regras estabelecidas pelo Congresso, entre as quais a não informação do protocolo de inspeção negociado de forma confidencial entre o Irão e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
“Vamos usar todas as ferramentas à nossa disposição para parar, retardar e impedir que o acordo entre em vigor completamente”, disse o republicano John Boehner.