O vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, defende que a Europa precisa de emigrantes devido aos problemas demográficos que enfrenta e considera que as reações negativas ao elevado número de refugiados que tem chegado à Europa têm sido “dramáticas”.
Em entrevista à Reuters, publicada na página oficial do BCE, o responsável do BCE defende que no médio-longo prazo a Europa vai necessitar de emigrantes, devido ao envelhecimento da população. Os nascimentos não chegam e se o problema não for resolvido poderá colocar sérios problemas à economia europeia.
Vítor Constâncio diz mesmo que a Europa, neste assunto, tem vindo a fazer há alguns anos “uma espécie de suicídio demográfico coletivo” e que ninguém tem pensado neste assunto.
Sobre a atual crise, o antigo governador do Banco de Portugal considera que as reações negativas contra a emigração têm sido dramáticas e que isto se deve em muito ao elevado desemprego na Europa, com a taxa nos 11%, que considera estar a destabilizar o continente.
“Em termos humanos e sociais, os custos são enormes e as reações que temos visto contra a emigração derivam disso mesmo”, afirmou.
BCE pode comprar mais ativos
Sobre o programa de compra de ativos do BCE, conhecido como quantitative easing, posto em prática para ajudar a aumentar a inflação, Vítor Constâncio defende que o BCE tem capacidade para comprar mais ativos e que o programa tem tido uma menor dimensão, quando comparado com outros países.
Vítor Constâncio diz, no entanto, que a Europa precisa que as economias norte-americana e chinesa recuperem para ajudar a estabilizar a região.