Um índice avançado sobre a atividade industrial na China saiu esta quarta-feira ainda mais negativo do que se temia, o que está a penalizar as bolsas globais e a agravar os receios quanto à capacidade da segunda maior economia do mundo de evitar uma aterragem brusca nas suas taxas de crescimento. As autoridades continuam, contudo, a desvalorizar publicamente indicadores como este e o Presidente Xi Jinping, de visita aos EUA, tentou “travar o pânico generalizado“.
A primeira estimativa ao índice de gestores de compras (PMI) para setembro, elaborada pela Caixin China, desceu para 47 pontos em setembro, face aos 47,3 pontos de agosto. Foi, como nota o Financial Times, o pior desempenho deste índice em 78 meses, sendo que uma leitura abaixo de 50 pontos sinaliza uma contração da atividade, ao passo que um valor acima de 50 sugere uma expansão.
O Presidente chinês Xi Jinping está a fazer uma visita aos EUA e, poucas horas antes da divulgação deste indicador, o responsável estava na cidade norte-americana de Seattle a garantir, num discurso público, que a economia chinesa está a “operar a um ritmo dentro dos valores normais“. Xi Jinping justificou, também, a intervenção das autoridades chinesas no mercado cambial, desvalorizando o yuan, com a necessidade de fazer evitar um “pânico generalizado” nos mercados.
Apesar de garantir que a estratégia teve um “sucesso inicial” na contenção da descida da moeda, Xi Jinping não deixou, em Seattle, de garantir que “não há fundamento” para novas intervenções – que valeram à China duras críticas. O Presidente chinês garantiu que o país não irá, nunca, promover a desvalorização da moeda para ganhar uma maior competitividade no comércio internacional.